O presidente do Irã, Hassan Rouhani, declarou que a luta de seu país contra o coronavírus está sendo “severamente prejudicada” pelas sanções dos Estados Unidos.  O Irã é o terceiro país do mundo com maior número de infectados, depois da China e da Itália.

O presidente dos EUA, Donald Trump, restabeleceu sanções contra setores vitais do Irã, como as exportações de petróleo e gás cruciais para as receitas do governo, depois de retirar os Estados Unidos de um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais. Embora os alimentos e os medicamentos não estão penalizados, as restrições bancárias impedem qualquer transação.

O número de mortos pela doença no Irã aumentou, no dia 15, para 724, quase 100 a mais que no dia anterior e o número total de infecções no país estava em 13.938, informou a televisão estatal, registrando que Rouhani se comunicou sobre esses problemas com vários líderes mundiais, sem nomeá-los.

A previsão é de que uma desaceleração da atividade econômica causada pelo surto do vírus leve a uma importante contração do PIB no ano, situação agravada pelas hostilidades de Trump.

“Infelizmente, os americanos adotaram um tipo de comportamento unilateral, ilegal e fútil. E insistem em repeti-lo”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Seyyed Abbas Mousawi. “A ordem emitida está em flagrante desacordo com a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e com os compromissos dos EUA com o direito internacional”, completou.

Mousawi disse que o pessoal médico do Irã «é dos mais eficientes e valentes do mundo», motivo pelo qual não necessitamos de médicos estadunidenses, em resposta a uma sugestão de Donald Trump que se vangloriou, na quinta-feira, 12, dizendo que os EUA têm os melhores médicos, e cinicamente ofereceu ajuda ao Irã para lutar contra o COVID-19.

«Em lugar da compaixão hipócrita, detenha o terrorismo econômico e médico para que os medicamentos e as equipes de saúde cheguem ao povo do Irã», disse Mousawi.

Ali Reza Zali, oficial que lidera a resposta do Irã à pandemia, disse que o Irã tem cerca de 110 mil leitos hospitalares, 30 mil deles na capital, Teerã. As autoridades prometeram criar clínicas provisórias conforme necessário.