O presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse “que não falaria mal” do ministro da
Educação Abraham Weintraub, “senão ele não cai de jeito nenhum”.
Durante o evento “Educação Já”, organizado pela entidade Todos pela Educação na segunda-
feira (9), Rodrigo Maia defendeu que a contribuição da União para o novo Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) deve crescer de 10% para 20%.
O atual Fundeb, que expira em 2020, é responsável pelo financiamento de 63% da educação
básica.
“A gente precisa, sim, de mais recursos para a Educação, não tenho nenhuma dúvida”, afirmou
Maia durante o evento.
“O que a gente precisa é terminar de fechar com o Mansueto [Almeida, secretário do Tesouro]
de que forma vamos incluir esses 10% [a serem acrescidos]”.
O ministro Abraham Weintraub defendeu, através de ofício, que a participação da União
deveria crescer apenas de 10% para 15%, e de forma gradual. Por decisão do ministro, o
Ministério da Educação não tem participado dos debates sobre o Fundeb no Congresso.
“Não é tudo como o governo quer. A Câmara está fazendo seu debate”, respondeu Maia, em
entrevista ao G1.
“Infelizmente, o debate com o governo não é do tamanho que nós gostaríamos,
independentemente de gostarmos ou não do ministro. Prometi que não ia falar mal dele
[Weintraub], se não, ele não cai de jeito nenhum”.
“Estamos preparados, a educação não pode esperar. A comissão especial já fez os debates,
avançou, e a ideia é aprovar o novo Fundeb na semana que vem”, continuou o presidente da
Câmara.
Apesar das resistências do governo em aprovar um novo Fundeb, o projeto avança na Câmara
dos Deputados. O deputado Bacelar (Pode-BA), presidente da Comissão que analisa o Fundeb,
disse que “pouquíssimas propostas no Brasil na área da educação possuem um consenso tão
grande e amplo como o Fundeb”.
Para ele, “é impossível ter uma educação pública de qualidade com menos de 20% da
complementação da União”.
Weintraub ataca Todos pela Educação
Depois do evento “Educação Já”, Abraham Weintraub usou seu Twitter para atacar o “Todos
pela Educação” e sua presidente, Priscila Cruz, acusando-a de ser “fã do Paulo Freire”.
Sem ter feito nenhum comentário sobre o que foi debatido durante todo o evento, o ministro
de Jair Bolsonaro começou a atacar Priscila, dizendo que ela “quer estratégia para me
derrubar”.