Ritmo da indústria é frustrante, afirma CNI
A pesquisa de Indicadores Industriais de novembro, os últimos disponíveis, apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgados na sexta-feira (17) apontam reduções em todos os seus indicadores, na comparação do acumulado de janeiro a novembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, exceto o ínfimo +0,3 ponto percentual da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), descontado os efeitos sazonais (78,2% em novembro de 2019).
O faturamento real da indústria brasileira no período teve uma queda de -0,9%. O número de horas trabalhadas recuou -0,4% e o nível de emprego teve variação negativa: -0,3%.
A Massa salarial e o Rendimento Médio Real tiveram, respectivamente, reduções em -1,5% e -1,3%. As comparações estão calculadas com a exclusão dos efeitos sazonais.
“O ritmo de crescimento da indústria, especialmente no início de 2019, foi frustrante. Com isso, o faturamento, o emprego e as horas trabalhadas na produção devem ter fechado o ano com pequenas quedas na comparação com a média de 2018. A massa salarial e o rendimento médio do trabalhador devem ter quedas mais acentuadas”, afirmou o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Em 2019, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não apresentou qualquer modificação para potencializar a indústria. Ao contrário, a diminuição de alíquotas de produtos importados e o favorecimento das importações em relação a produção nacional, bem como a redução da capacidade de investimento do BNDES e a elevação dos custos piorou o cenário para os industriais.
Fechamento de fábricas
Outro levantamento, este da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado pelo Estadão, mostrou que 25.376 unidades industriais encerraram suas atividades entre 2015 e 2018. Portanto, pelo menos 17 indústrias fecharam as portas por dia no Brasil ao longo de quatro anos.
A produção industrial brasileira caiu -1,2% em novembro de 2019 em relação a outubro e acumula uma queda de 1,1% nos onze meses do ano passado, segundo os últimos dados divulgados pelo IBGE. Além disso, a maioria de seus ramos e todos os macrossetores industriais também ficaram no vermelho.
Neste ritmo anual de pouco mais de 1%, hoje a indústria de transformação opera 18,4% abaixo do pico alcançado em março de 2011, segundo dados recentes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física do IBGE. E a previsão do mercado para a produção industrial no ano de 2019 é de menos 0,7%.