Vacina produzida por Butantan/Sinovac tem resposta imune em 97% dos voluntários

Resultados animadores das pesquisas com a vacina CoronaVac, que é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, revelam que a vacina é segura, tolerável e produz resposta imune em 97% dos voluntários para as fases 1 e 2 das pesquisas.

É o que afirma estudo publicado na destacada revista científica The Lancet, na terça-feira (17).

O estudo informa que a vacina induziu a produção de anticorpos em mais de 700 indivíduos adultos saudáveis, com idade entre 18 e 59 anos, que participaram da pesquisa na China.

Os participantes foram escolhidos aleatoriamente para receber duas doses da vacina experimental: dose baixa de 3 microgramas, dose alta de 6 microgramas, ou placebo.

Foram realizados testes em 143 voluntários na fase 1 e 600 na fase 2.

A vacina que traz o imunizante produzido com base no vírus Sars-CoV-2 inativado mostrou segurança e eficácia. Os testes mostraram anticorpos produzidos nos organismos dos voluntários dentro de 28 dias após tomarem a primeira dose da vacina.

A vacina não produziu efeitos adversos indesejáveis ou imprevistos. Na maioria dos casos o efeito informado pelas pessoas que tomaram a vacina foi um dor no local da aplicação. Foram efeitos leves e que desapareceram em até 48 horas.

Os cientistas também identificaram que a dose ideal para gerar respostas suficientes de anticorpos, levando em consideração os efeitos colaterais e a capacidade de produção, é de 3 microgramas (µg). Mas isso ainda será avaliado com maior profundidade em estudos de fase 3 já em andamento.

No Brasil os testes também já estão na fase 3 e nela já foram vacinados 10.000 voluntários, profissionais da área da saúde e a meta é chegar aos 13.000.

“Nossas descobertas mostram que Coronavac é capaz de induzir uma resposta rápida de anticorpos dentro de quatro semanas de imunização, dando duas doses da vacina em um intervalo de 14 dias”, afirmou Fengcai Zhu, chefe da equipe que produziu o estudo agora publicado pela Lancet. Ele é pesquisador do Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China.

“A CoronaVac pode ser uma opção atraente, já que pode ser armazenada em refrigeração padrão, como a vacina da gripe. Ela também pode ser armazenada por até três anos, o que ofereceria algumas vantagens para a distribuição. No entanto, os estudos de fase 3 serão cruciais antes de qualquer recomendação”, disse Gang Zeng, um dos autores do estudo.