Jair Bolsonaro não sabe mais o que dizer aos brasileiros sobre os aumentos semanais, autorizados por ele, do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Nesta terça-feira (28), o Planalto autorizou mais um aumento de 8,89% no preço do diesel vendido pela Petrobrás às distribuidoras. O litro do diesel foi a R$ 3,06 e gasolina já é vendida a mais de R$ 7 o litro em alguns estados. Por isso, inclusive, os caminhoneiros já anunciam greve contra esses aumentos.

Ninguém aguenta mais esses preços absurdos que não param de subir. A causa desses aumentos está relacionada diretamente ao atrelamento dos dos preços dos combustíveis ao preço do dólar e ao barril do petróleo no mercado internacional, que não param de subir. Com isso, quem ganha é o lobby dos importadores de combustíveis e os acionistas estrangeiros da Petrobrás que estão nadando em dinheiro, enquanto os consumidores brasileiros estão pagando preços caríssimos pelos combustíveis. Nas refinarias, os preços da gasolina e do diesel já acumulam mais de 50% de aumento no ano.

Bolsonaro e o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), mentiram mais uma vez nesta terça-feira (28) aos brasileiros, em solenidade em Alagoas. Eles repetiram o engodo de que a culpa pelos preços altos do diesel e da gasolina seria dos governadores, por causa do ICMS.

Quem aumenta toda a semana o preço é o governo federal através da Petrobrás. O ICMS não sobe. Ele é um percentual fixo do preço cobrado pela Petrobrás. Se não aumenta na refinaria, não há aumento dos combustíveis e o ICMS não se altera.

Mas Bolsonaro quer enganar a população, em prejuízo da Saúde, da Educação e da Segurança Pública, que são mantidas com o ICMS. Para seguir com seus aumentos semanais, ele defendeu que o imposto não seja um percentual fixo sobre o valor pago na refinaria. O governo quer que o ICMS seja um valor fixo, independente dos aumentos na refinaria.

Está evidente o seu objetivo. Ele quer continuar aumentando semanalmente o preço da gasolina e do diesel sem ser incomodado por ninguém, gerando o estrangulamento dos serviços públicos, através do corte das verbas sociai,s enquanto segue aumentando os preços e beneficiando as multinacionais.

O presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, foi claro na segunda-feira (27), ao dizer que a decisão de aumentar os preços dos combustíveis é do governo federal e que não vai mudar essa política. Portanto, vai prosseguir com os aumentos semanais e ponto final. Bolsonaro quer reduzir a arrecadação do ICMS para prejudicar o povo e precarizar os serviços públicos. Não adianta nada reduzir imposto e seguir aumentando os preços da gasolina. Basta ver que ele zerou o PIS Cofins (impostos federais) dos combustíveis e os preços continuaram a subir.

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), na esteira de Bolsonaro, anunciou nesta terça-feira (28) que o Congresso Nacional vai discutir um projeto para determinar um valor fixo para o

ICMS dos combustíveis. Ele argumentou que os governadores “têm que se sensibilizar”. Quem atrela os preços ao mercado internacional é o governo federal, mas ele, cinicamente, diz que “o ICMS não pode ficar vulnerável aos aumentos do dólar e do petróleo”.