"Isto está ficando louco", afirmou o deputado republicano Adam Kinzinger | Foto extraída de vídeo

“Se Trump tem preocupações ‘legítimas’ sobre fraude, elas precisam ser baseadas em evidências e levadas ao tribunal”, afirmou o deputado republicano Adam Kinzinger que, dirigindo-se a ele acrescentou: “Pare de espalhar desinformação que já foi desmascarada”. “Isto está ficando louco”, acrescentou o deputado por Illinois.

Assim como Kinzinger, ampliou-se o número de líderes republicanos que já vinham se afastando de Trump, depois de sua difamação do processo eleitoral norte-americano com base em afirmações mentirosas que, segundo estes líderes do seu partido são “perigosos e atentam contra a democracia” dos EUA.

Até mesmo o senador Mitch McConnell, que, como líder da bancada republicana, agiu como fiel escudeiro de Trump, assumiu um claro distanciamento da insanidade do ocupante da Casa Branca: “A decisão dos Estados sobre como realizar a eleição não é assunto do governo federal”, avaliou o parlamentar ao destacar que os candidatos devem se adaptar “às regras de cada Estado”, como rege a Constituição norte-americana.

Trump já mostrou que planeja rejeitar a derrota que se torna mais incontornável a cada urna aberta e a cada voto computado.

Com Biden já com 264 votos assegurados no Colégio Eleitoral, faltando apenas seis para passar a deter a maioria e se tornar presidente e, ainda, ampliando as margens na Pensilvânia e em Nevada e com maioria já obtida na Georgia, Trump tem feito o papelão de usar o prédio público da Casa Branca para declarar vitória e mentir sobre roubo e incitar apoiadores dizendo que o sistema está corrompido. Afirma repetidamente que há “fraude” nas eleições (sem apresentar evidência) e ameaça ir à Suprema Corte para contestar o resultado.

O senador Marco Rubio também procurou se afastar do discurso desonesto de Trump. “Levar dias para contar os votos legalmente não é fraude”, declarou o senador.

Na mesma linha, o ex-governador republicano Chris Christie, que também é conselheiro do presidente, ao assegurar que o processo deve se desenvolver antes de ser julgado como falho, em conversa com a ABC News: “É uma decisão estratégica ruim, é uma decisão política ruim e não é o tipo de decisão que você esperaria de alguém que ocupa a posição que ocupa, como fez esta noite”.

O senador pela Pensilvânia, Pat Toomey, cujo Estado é um campo de batalha importante na eleição presidencial, disse, nesta sexta-feira (6), que não viu nenhuma evidência que possa apoiar a tese de fraude eleitoral, levantada por Trump na noite de quinta-feira. “O discurso do presidente na noite passada foi muito perturbador para mim porque ele fez alegações muito, muito sérias, sem nenhuma evidência para apoiá-las”, disse Toomey à CBS no programa “This Morning”.

Para o governador do Partido Republicano de Maryland, Larry Hogan, “não há defesa para os comentários do presidente esta noite do dia 5 minando nosso processo democrático. A América está contando os votos e devemos respeitar os resultados como sempre fizemos antes”.

“Nenhuma eleição ou pessoa é mais importante do que a nossa democracia”, acrescentou Hogan.

“É fundamental que demos aos funcionários eleitorais tempo para concluir seus trabalhos e que garantamos que todas as cédulas legítimas sejam permitidas e contadas”, disse também a senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca.