O líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE), condenou, nesta quarta-feira (28), o comportamento xenófobo e anti-diplomático que tem sido recorrente no governo de Jair Bolsonaro com relação à China e o negacionismo que impera entre o presidente e seus ministros e auxiliares, em especial com relação à vacinação contra a Covid-19. Para Renildo, as declarações de ministros do governo Bolsonaro “indicam falta de apreço pela vacinação”.

Renildo Calheiros declarou que “com a saída de Ernesto Araújo do governo Bolsonaro, Paulo Guedes parece ter assumido a função de criar conflitos com a China. É inaceitável que o ministro da Economia acuse o principal parceiro comercial brasileiro de ter criado o coronavírus”.

O líder acrescentou que “os ataques de Guedes seguiram em reunião do Conselho de Saúde: ‘a vacina chinesa é menos efetiva do que a americana’. O ministro não sabia que a reunião estava sendo transmitida pelo Facebook. A declaração prejudica a cooperação entre os dois países e o intercâmbio de tecnologia”.

O parlamentar destacou que a Embaixada da China já mostrou o quanto o Brasil precisa manter a atual parceria: “Os chineses são os principais fornecedores de vacinas e de insumos ao Brasil, cerca de 95% do total, cobrindo 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A Coronavac representa 84% das vacinas aplicadas”.

O deputado avalia que “o negacionismo é evidente nos altos escalões do governo Bolsonaro. Guedes não foi o único traído pela transmissão da reunião. O ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, disse no encontro que tomou escondido a vacina contra a Covid-19 por orientação do Planalto”.

Além disso, lembrou Renildo, o ministro da Casa Civil revelou ainda outro absurdo:  “O próprio presidente da República se nega a tomar a vacina. Ramos disse que está tentando convencer Bolsonaro a se vacinar para não “perder o presidente para um vírus desses”.

As posições expostas pelos ministros do governo Bolsonaro, pondera o líder do PCdoB, “indicam a falta de apreço pela vacinação. É mais um elemento para as investigações da CPI da Covid-19 no Senado. É urgente identificarmos onde há falhas e propor mudanças na gestão da maior crise sanitária deste século”.

 

Por Priscila Lobregatte
Com informações do PCdoB na Câmara