O líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE), ao conceder entrevista à Rádio Clube e Diário de Pernambuco nesta quarta-feira (7), falou entre outros temas, sobre a proposta de federação partidária e a política desastrosa do governo federal para lidar com a pandemia. O parlamentar ressaltou a necessidade de se constituir uma frente ampla para enfrentar Bolsonaro em 2022.

Nesse sentido, defendeu Renildo, “queremos formar uma grande frente” para unir “não apenas a esquerda, que não é suficiente, mas uma frente ampla, com programa claro. Queremos apoio de diversos partidos e segmentos da sociedade para realizar um programa que traga o Brasil de novo para o rumo do desenvolvimento, corrigindo erros do passado e enfrentando o problema das desigualdades regionais e sociais”.

Proposta de federação que tramita na Câmara

O líder do PCdoB defendeu também a proposta de federação partidária. No Brasil, colocou Renildo, “ninguém ganha eleição nem governa sozinho. Você necessita das frentes políticas. Temos defendido que as frentes tomem como referência o programa que os partidos defendem. Então, uma federação constrói um programa comum entre os partidos que se federarem”. Esse sistema, argumentou o deputado, “permite o enxugamento do quadro partidário, mas de maneira democrática, sem que você tenha uma lei autoritária que imponha restrições aos partidos”, como ocorre hoje com a cláusula de barreira.

“Enquanto as desigualdades sociais persistirem, haverá razão para um partido como o PCdoB. Não temos dúvida de que vamos superar os obstáculos e levar nossa luta adiante”, disse Renildo. Ele explicou que a proposta de federação que tramita na Câmara permite que “partidos se juntem em torno de um programa comum, que é o que o país precisa”.

O parlamentar avalia que a possibilidade da federação é um avanço para o sistema partidário brasileiro. “Essa é a nossa prioridade porque isso preserva os partidos — os partidos participam da federação, mas não deixam de existir; eles têm sua organização própria. Nos parlamentos e nas eleições, disputam federados”. Renildo lembrou que “a Constituição brasileira assegura a liberdade de organização partidária e esse princípio, que é democrático, precisa ser preservado”.

No que diz respeito à política nacional e às eleições de 2022, Renildo destacou que o foco do PCdoB “é derrotar Bolsonaro, afastar essa vertente do fascismo que existe no Brasil, esse personagem que ocupa a Presidência da República, que é mal educado, não entende nada do país, não entende de política pública nem de governo, só faz dizer desaforos todos os dias. A atuação dele não é desenvolvendo políticas públicas, é arengando no WhatsApp. Ele é uma ameaça à democracia e nós queremos derrotá-lo”.

Política desastrosa do governo Bolsonaro

Quanto à condução da pandemia pelo presidente da República, Renildo salientou: “Bolsonaro é um irresponsável, um homem despreparado, que não entende de nada e trabalhou o tempo todo contra o que o Brasil precisava, que era enfrentar a pandemia como outros países fizeram. Ele sempre estimulou aglomeração, sempre desaconselhou e desrespeitou a utilização de máscara e não cuidou das vacinas”.

O parlamentar lembrou que “a única coisa certa que o (ex-ministro da Saúde Eduardo) Pazuello fez foi aquele contrato das vacinas e o presidente cancelou e ainda submeteu o ministro à humilhação, e o ministro ainda teve de dizer que ‘um manda e outro obedece’. Aquela frase foi dita quando Bolsonaro cancelou a compra de vacinas que tinha sido feita. Quantas pessoas teriam sido salvas se a vacina tivesse chegado antes e em grande quantidade ao Brasil?”.

 

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Por Priscila Lobregatte