Rêgo Barros diz que Bolsonaro passou “três anos sem dizer a que veio”
O general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência da República no primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro (PL), disse que não votará nos mesmos candidatos da eleição de 2018. Ou seja, não repetirá o voto no antigo chefe.
“Me lembro bem em quem votei nas últimas eleições. Neles, não voto mais”, afirmou.
A declaração está em um artigo publicado por ele na edição de quinta-feira (17) do jornal Correio Braziliense.
Sem citar o nome de Bolsonaro, o general critica o presidente ao dizer que “o sujeito passa três anos sem dizer a que veio” e está “despreocupado de aprofundar os problemas e encontrar as saídas”.
“No último ano, dispara a gastar dinheiro público irresponsavelmente que os cofres não possuem, viajar para inaugurar pinguela inaugurada e propor novos e maravilhosos projetos caso seja reeleito”, acrescentou.
Para Rêgo Barros, é terrível que na política brasileira os eleitores, em sua maioria, sequer saibam em quem votaram nas eleições anteriores e também não acompanham o trabalho dos eleitos para ver se realmente cumpriram as promessas de campanha.
“Bilhões de reais foram desviados dos cofres públicos e das estatais a eles vinculados e ninguém se recorda, ou se recorda e não considera importante. Mais de meio milhão de pessoas morreram em face da covid-19, outros tantos ainda permanecem sequelados e o assunto já passa ao largo, como pesadelo a ser esquecido, em justificativa à má gestão”, escreveu Rêgo Barros.
No entender dele, “corrupção é palavra deletada do dicionário, já que o acusado, mesmo pego com dinheiro escondido em lugares íntimos, pode alegar desconhecer a sua origem”.
“Mentira é só uma questão de ponto de vista e sempre há a possibilidade de desdizer o que disse para dizê-lo novamente amanhã sem ruborizar”, frisou o general.