Entre os banidos, Plataforma de Oposição – Pela Vida, liderado pelo ex-deputado Viktor Medvedchuk, preso político

Tribunal ucraniano está fazendo a vontade do presidente, Volodymyr Zelensky, e confirmou o banimento dos partidos de oposição ao governo acusados de serem “pró-russos”. Grupos e partidos neonazistas, como o Svoboda, o Setor Direita e o Corpo Nacional, continuam funcionando normalmente no país.

O governo de Zelensky, através do Ministério da Justiça, usou a guerra contra a Rússia como pretexto para banir 11 partidos de oposição. O caso só foi para a Justiça depois do banimento.

Em julgamentos feitos a portas fechadas, sem presença de jornalistas ou representantes da sociedade, o 8º Tribunal Administrativo de Apelação está confirmando, um por um, o fechamento dos partidos.

Na quinta-feira (16), os partidos Oposição de Esquerda e Sharia tiveram seus encerramentos confirmados pelo Tribunal e comunicados pelas redes sociais.

No dia anterior, foi a vez do Partido Socialista da Ucrânia. Na terça (14), o Tribunal baniu o partido “Nashi”, que significa “nosso” em ucraniano, o Bloco Vladimir Saldo e o Partido do Estado. A Justiça ucraniana também concretizou o banimento do Partido Justiça e Desenvolvimento, do Socialistas e do Bloco de Oposição.

Todos os agrupamentos eram de oposição ao governo de Zelensky e, para serem fechados, foram acusados de serem “pró-Rússia”. Suas propriedades foram transferidas para o estado ucraniano.

Mesmo antes da guerra, Volodymyr Zelensky já estava perseguindo o partido “Nashi”, visto que no dia 11 de fevereiro impôs sanções contra o canal de televisão do partido, o TV Nashi

Em 2021, foram impostas sanções contra os canais de televisão do maior partido de oposição da Ucrânia, o Plataforma de Oposição – Pela Vida, liderado pelo ex-deputado Viktor Medvedchuk, que está preso pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).

O Partido Comunista da Ucrânia fora banido já em 2015, um ano depois do golpe de estado da Praça Maidan, que derrubou um presidente legitimamente eleito. O golpe serviu para fortalecer grupos neonazistas, que tentam uma aproximação com o ocidente, e perseguir grupos de esquerda, jornalistas e sindicalistas.

Enquanto bane os partidos de oposição, Zelensky mantém intocados grupos neonazistas que atuam como terroristas na região do Donbass desde 2014 e suas representações políticas. É o caso do Setor Direita, do Svoboda e o Corpo Nacional, que é a parte “institucional” do Batalhão Azov, grupo neonazista que faz parte das Forças Armadas da Ucrânia.