O partido Movimento Ao Socialismo (MAS) está lançando seus candidatos Luis Arce Catacora e o vice, David Choquehuanca Céspedes, nas principais cidades da Bolívia. No domingo, dia 8, milhares de pessoas participaram de uma concentração no centro da cidade histórica de Tarija.

O ponto central do discurso de Arce foi a denúncia da “aniquilação” das empresas estatais. “Nossas empresas públicas, que com tanto esforço temos formado, hoje estão sendo repartidas entre os oligarcas. Eram nossas, a base do investimento e desenvolvimento do país, e estão repartindo entre si o botim de guerra do Estado. Há um nepotismo recalcitrante neste governo, o povo se assustou e está tirando suas economias dos bancos. Não pode ficar assim!”, afirmou o ex-ministro de Economia do governo de Evo Morales.

Entre bandeiras nacionais azuis e brancas, muitas faixas e cartazes, consignas e músicas, Arce assinalou que existe uma divisão dos partidos que disputam com o MAS, considerando que os interesses mesquinhos que defendem “dispersarão” o voto do eleitorado.

“Nas eleições do próximo 3 de maio temos sete candidaturas contra nós que são a mesma coisa, não vão nos enganar, querem voltar ao modelo neoliberal contra o qual temos lutado”, declarou o candidato na praça frente aos prédios da Federação de Camponeses da cidade que é a sétima da Bolívia.

“Aqui estamos, para defender a Pátria, e que o povo boliviano tenha esperança. Àqueles que tomaram o poder ilegalmente, com violência e mortes, vamos responder enfrentando esta ditadura com milhões de votos porque vamos ganhar minhas irmãs e meus irmãos!”, disse Arce, que nas últimas pesquisas teve vantagem sobre os demais concorrentes, com 31,6% das intenções de voto e 14% à frente do segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa, um dos líderes da direita na região de Santa Cruz..

“Farão de tudo para que não voltem os selvagens, mas os selvagens organizados vão ganhar as eleições” acrescentou, referindo-se às declarações da presidente autoproclamada, Jeanine Áñez, que também é candidata, e pejorativamente assim chamou os simpatizantes do MAS.

Na sua intervenção, David Choquehuanca homenageou as mulheres que comemoravam o 8 de Março: “Reivindicamos as lutas das mulheres no mundo. Na Bolívia, nossas irmãs avançaram no exercício de seus direitos, mas ainda temos muitos desafios como sociedade. O racismo e a discriminação são delitos e devemos batalhar junto com as irmãs camponesas, indígenas, operárias, estudantes e profissionais”.

“Por Gregoria Apaza, Bartolina Sisa, Juana Azurduy, Adela Zamudio e Domitila Chungara. À nossas avó s, mães, filhas, irmãs, companheiras. Às que estão fazendo história cada dia, feliz dia das mulheres que lutam!”, concluiu muito aplaudido.