Saudando o “amigo e sócio Evo Morales” Putin assinalou que a usina que se encontra na fase final de construção e é um “projeto único”

Os presidentes Evo Morales e Vladimir Putin estiveram reunidos na quarta-feira em Moscou para assinar uma série de acordos bilaterais entre a Bolívia e a Rússia, incluindo a construção do primeiro reator nuclear no país andino. “A Bolívia também tem o direito de possuir um centro de pesquisa de energia nuclear”, declarou Evo, há três anos, quando anunciou o pacto de cooperação com a Rússia.

Saudando o “amigo e sócio Evo Morales” Putin assinalou que a usina que se encontra na fase final de construção e é um “projeto único”. O reator nuclear será localizado a uma altitude de cerca de 4.000 metros acima do nível do mar e ocupará 15 hectares. O projeto, um investimento de 300 milhões de dólares, “dedicará seus esforços à pesquisa no campo do uso pacífico da energia nuclear”, explicou o presidente russo. “São relações baseadas no respeito mútuo e de respeito aos interesses. Reafirmamos o caráter verdadeiramente estratégico entre os dois países e o firme compromisso com o desenvolvimento da Bolívia”, acrescentou Putin.

O governo da Bolívia e a empresa russa Rosatom assinaram em março de 2016 acordos para a construção e desenvolvimento de um Centro de Pesquisa Nuclear na cidade de El Alto, que foi o primeiro passo do programa atômico anunciado anos atrás por Evo. O memorando de entendimento frisa que seu objetivo é “para a cooperação no âmbito da regulação da segurança das radiações nucleares no uso pacífico da energia atômica”.

Na avaliação da diretora-executiva da Agência Boliviana de Energia Nuclear, Hortensia Jiménez, o centro de pesquisa nuclear deverá se tornar operacional em 2021. Jiménez esclareceu que como o programa usará a tecnologia apenas para fins pacíficos e não energéticos, serão criados três centros de medicina nuclear que serão construídos por especialistas argentinos em La Paz, El Alto e Santa Cruz, que poderão atender até 2.800 pacientes.

Com custo estimado em mais de US$ 300 milhões, o projeto tem capacidade funcional projetada para 50 anos. Após esse período o reator pode ser modernizado para estender seu período de exploração.

Evo destacou ainda a importância estratégica das relações com a Rússia, não só para a Bolívia, mas para toda a América Latina, ressaltando que é um país que “liderar a luta por um mundo multipolar, pela soberania dos Estados e pelo respeito ao direito internacional “.

Entre outros projetos conjuntos, Evo destacou a importante participação de empresas russas na industrialização do lítio boliviano, considerado como “o petróleo do século 21”, na construção do Corredor Ferroviário Central Bioceânico e nas obras de expansão do aeroporto de Santa Cruz.

Os acordos assinados com a Rússia, frisou Evo, permitirão que a Bolívia mantenha o seu ritmo de crescimento, com o PIB sendo permanentemente elevado devido à forte injeção de recursos do Estado, elevada de US$ 629 milhões em 2005 para os atuais US$ 6,5 bilhões.