A semana começou com mais uma grave denúncia contra o presidente Jair Messias Bolsonaro. Nesta segunda-feira (5), o portal UOL publicou reportagem apontando que gravações inéditas da ex-cunhada do presidente ligam Bolsonaro diretamente a esquema de rachadinha quando era deputado federal. O portal atribuiu ao presidente o título de “patriarca das rachadinhas”. A prática, caracterizada como crime de peculato, já vinha sendo investigada no mandato de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

A denúncia gerou indignação na bancada do PCdoB na Câmara. A vice-líder, deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) declarou: “Bolsonaro não tem mais condição política ou ética de seguir presidente. Além do crime de prevaricação no esquema das vacinas, as rachadinhas voltam a atormentar seu governo: gravações inéditas do UOL mostram que ele demitiu servidor do seu gabinete que se recusou a devolver salário”.

O vice-líder do PCdoB, deputado federal Orlando Silva (SP) apontou: “Bolsonaro foi deputado por 30 anos, colocou os filhos na política e transformou os cargos em indústria de desvio de dinheiro público através do que se popularizou como “rachadinha”. Mas o artigo 312 do Código Penal chama rachadinha de peculato! É crime e dá cadeia”.

Orlando acrescentou ainda que Bolsonaro “chefiou o esquema, que deve ser investigado, e este se espalhou para os mandatos dos filhos. Havia mesmo um exótico rodízio de funcionários entre eles. Portanto, Bolsonaro, além de genocida, pode ser chamado de político ladrão”.

Jandira Feghali, deputada federal do PCdoB-RJ e vice-líder da minoria, também se manifestou demonstrando a gravidade da denúncia. “Pode chamar de corrupto sim! Gravações inéditas publicadas pelo UOL apontam a existência de um esquema de rachadinha no gabinete de Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal, entre 1991 e 2018. Ele sabia de tudo e mandava demitir quem não devolvia parte do salário”. No mesmo sentido reagiu a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA): “Ladrão de salário, ladrão de vacina… tudo em família! De pai para filho!”.

O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) colocou: “Negligência de vacinação, afronta à Constituição, tentativa de interferência na PF, crime de responsabilidade, genocídio, propina, e agora acusação de rachadinha em depoimentos feitos pela ex-cunhada. A lista de crimes de Bolsonaro parece interminável. Impeachment já”.

A deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) salientou que “denúncias de corrupção envolvendo o governo e o próprio presidente Bolsonaro tornam-se rotineiras. A cada semana aparecem comprovações de q esse governo não tem qualquer condição técnica, política e moral de seguir conduzindo a nação. É urgente que tenhamos mudança”.

Na reportagem, dividida em três partes, a ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, afirma que seu irmão foi demitido pelo então deputado por não repassar a maior parte do salário para o esquema. A segunda reportagem mostra que na família do ex-assessor Fabrício Queiroz, Jair Bolsonaro é tratado como o “01″ e a terceira aponta que a função de recolher os salários não era exclusiva de Queiroz.

 

Por Priscila Lobregatte

Com informações do UOL

 

(Atualizada às 14h16 para inclusão de informação)