Em visita surpresa à Síria nesta terça-feira (7), Natal no calendário cristão ortodoxo, presidente russo Vladimir Putin saudou o líder Bashar al Assad

pelos “sinais de vida pacífica visíveis a olho nu nas ruas de Damasco”.
Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio após o assassinato, pelos EUA, do principal líder militar iraniano, a visita por si só é um alerta aos psicopatas de plantão em Washington. Putin se fez acompanhar pelo ministro da Defesa russo Serguei Shoigu.
”Muito foi feito no ano passado”, afirmou o presidente Assad em agradecimento ao apoio russo à luta da Síria por sua liberdade e soberania.

“Policiais militares (russos) operam com sucesso nas Colinas de Gola, em Palmyra, Aleppo. Os pilotos da Força Aérea Russa realizam reconhecimento e prestam apoio aéreo ao exército sírio. Ações conjuntas permitem eliminar os terroristas mais perigosos”, acrescentou.
Putin concordou com a análise do presidente Assad, assinalando que agora se pode dizer com segurança que “grandes progressos foram feitos no caminho para restaurar o Estado e a integridade territorial da Síria”.
Os dois lados também avaliaram as perspectivas para a conclusão da liberação do território sírio ainda sob controle terrorista ou ocupado.
De Damasco, Putin seguiu para a Turquia para a inauguração do “TurkStream”, o gasoduto russo-turco que levará gás russo – 35 bilhões de metros cúbicos por ano – para a Europa meridional e Bálcãs. Washington também ameaçou a Turquia com sanções por causa do gasoduto (além da compra do sistema de defesa aérea russo S-400).

Ao lado de Assad, Putin visitou dois grandes santuários – um muçulmano e outro, cristão – e sublinhou a importância da convivência pacífica entre diferentes crenças religiosas. Na famosa Mesquita dos Omíadas, Putin presenteou a comunidade local com uma cópia rara do Alcorão do século XVII. Na igreja ortodoxa da Santa Virgem Maria, o mais antigo templo cristão da Síria, Putin se encontrou com o patriarca antioquiano João X, a quem presenteou com um ícone da Virgem Maria pintado na Rússia.
Na visita anterior ao país árabe, em 2017, Putin havia visitado apenas a Base Aérea de Khmeimin, na província de Latakia, que abriga a força russa enviada em socorro ao povo sírio.