Governador Rui Costa no leilão da Ponte Salvador - Ilha de Itaparica

Logo após participar do leilão, que teve participação de uma empresa chinesa, para a construção – e administração por 30 anos – da ponte que ligará Salvador a Itaparica, nesta sexta (13), na Bolsa de Valores de São Paulo, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que “o PT precisa deixar a polarização e buscar pregar a pacificação do país”.
“Acho que ele [Lula], independentemente de qualquer questão eleitoral, vai voltar ao leito de ser um conciliador nacional”, defendeu.
“Temos de ser diferentes deles”, argumentou Costa. “Temos de pregar a pacificação do país, cortar a discriminação e o ódio”, disse o governador.
“Antes, as pessoas tinham vergonha de manifestar preconceito. Agora parece que têm orgulho. Certamente essas pessoas existiam, mas ficavam no armário. Precisamos que elas voltem para seus armários”, acrescentou o governador da Bahia, ao reafirmar que a polarização com Bolsonaro segue alimentando esse ciclo político.
“Eu acho que tivemos um ano muito difícil, porque se arranhou muito a imagem do Brasil internacionalmente, fruto de declarações desastrosas de vários componentes do governo federal. Isso dificulta a atração de investimentos não só pela União, mas pelos estados”, avaliou.
Rui Costa advogou por políticas que atraiam o capital estrangeiro e defendeu a privatização do setor de saneamento. “O PT tem que fazer um ajuste fino no seu discurso econômico”, apontou, colocando-se mais uma vez como alternativa do PT para 2022.
“O país, seja o setor empresarial ou os governadores, teve de trabalhar para tentar reverter imagens negativas que se formavam sobre essas declarações, por exemplo, de desprezo pelo meio ambiente. Muitos fundos e agências de fomento condicionam aportes à preservação ambiental. Poderíamos estar melhor. É evidente que estamos vindo de cinco anos de recessão, e os sinais de retomada não são claros porque em todo final de ano há um aquecimento”, observou o governador.
Como das outras vezes em que Rui Costa deu entrevistas com críticas e sugestões a Lula e ao PT, a polêmica imediatamente esquentou nas hostes da chamada frente de esquerda. Guilherme Boulos atacou o governador da Bahia. “Rui Costa (PT) deu entrevista à Folha. Discordo frontalmente de sua visão. Enquanto Bolsonaro destrói o país e Guedes quer vender tudo, não cabe à esquerda pedir “pacificação” e nem apoiar a lei que privatiza o saneamento. Cabe a nós combater sem tréguas o projeto de Bolsonaro!”, publicou Boulos em seu Twitter.