Protestos em Medellín e Bogotá exigem retorno de prefeito ilegalmente
Milhares de moradores de Medellín voltaram a protestar nesta sexta-feira (13) contra a decisão da procuradoria-geral da Colômbia de afastar o prefeito Daniel Quintero pela divulgação de um vídeo de seis segundos em favor do candidato oposicionista à presidência Gustavo Petro.
Os movimentos sociais de Medellín chamam a população a ações de “em desobediência civil” até que Quintero seja reempossado.
Pela interpretação da procuradora Margarita Cabello, ex-ministra da Justiça do atual presidente Iván Duque, “nenhum servidor público, do nível mais baixo ao mais alto, pode usar o cargo para participar das atividades de partidos e movimentos políticos”.
A manifestação contra a “tirania”, destacaram lideranças dos movimentos sociais, é por não se tratar tão somente de uma aberta perseguição ao prefeito da capital de Antioquia – que havia denunciando o plano de assassinato de Petro – mas de uma tentativa de silenciar toda e qualquer divergência ou manifestação opositora.
A decisão da procuradora é igualmente oportunista, pois valendo-se de dois pesos e duas medidas – já que silenciou diante das declarações do comandante do Exército contra o líder oposicionista-, afronta a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que já deliberou sobre a questão.
Mas o desrespeito à cidadania vai além, ironizou Daniel Quintero, pois nomeado por Duque às vésperas da eleição presidencial, o novo “prefeito” Juan Camilo Restrepo Gómez é um simples “marionete” a serviço do continuísmo.
Manifestação de apoio ao prefeito afastado diante da Prefeirura de Medellín (Felipe Garcia)
As vozes em defesa da legalidade também se fizeram ouvir em Bogotá onde em frente à sede da Procuradoria Geral da República, o prefeito afastado de Medellín, integrantes do movimento Independientes, deputados eleitos e expoentes do Pacto Histórico e da Aliança Verde rechaçaram a suspensão temporária de Quintero por sua suposta “participação indevida na política”.
Ex-funcionários da Prefeitura de Medellín que renunciaram a seus cargos para participar da campanha de Petro também se fizeram presentes e reiteraram que defenderão o prefeito momentaneamente afastado. Entre outros encontravam-se Juan Carlos Upegui e Juliana Colorado; o senador eleito do Pacto, Álex Flórez; e o diretor do Canal Tercer, Hollman Morris.
O advogado de Quintero explicou que já foi apresentada junto ao Conselho de Estado sua defesa pela revogação da suspensão provisória e o decreto presidencial que nomeou Restrepo como prefeito a poucos dias das eleições. Entre os argumentados apresentados está a afirmação que não houve o devido processo legal e nenhuma possibilidade de defesa das acusações pela suposta participação indevida na política.