Projeto eleitoral do PCdoB tem avaliação positiva rumo à pré-campanha
O PCdoB sai com saldo positivo do período de novas filiações. Esta é a avaliação do vice-presidente nacional e coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do partido, Walter Sorrentino. O prazo para que pretensos candidatos às prefeituras e Câmaras Municipais nas eleições 2020 se somassem ao Movimento 65 e ao PCdoB se encerrou no último dia 4 de abril. Nesta entrevista ao Portal PCdoB, concedida nesta terça-feira (7), Sorrentino também falou de diretrizes e objetivos para o período de pré-campanha, que acelera agora.
“É significativo que seremos capazes de formar chapas completas para as Câmaras de Vereadores em todas as 26 capitais brasileiras. Todos os partidos têm tido dificuldades nisso. Além disso, temos 16 pré-candidaturas a prefeitos e prefeitas já bem consolidadas nas capitais. Assim, o balanço é positivo tendo em conta o nosso projeto eleitoral e o nosso objetivo de semear 2022 agora em 2020”, sintetizou o dirigente.
A ênfase do projeto eleitoral do PCdoB para 2020 está nas capitais e nas outras grandes cidades que poderão ter segundo turno – ou seja, onde há mais de 200 mil eleitores inscritos. Sul e Sudeste são regiões centrais do projeto. Neste segundo conjunto de municípios, considerando-se as 80 maiores cidades, Sorrentino estima que o partido vai lançar cerca de 30 candidaturas majoritárias.
“São cidades muito importantes, polos financeiros, sociais e culturais. E em ao menos 60% delas vamos ter chapas completas para vereadores”, comemorou, lembrando que por serem eleições municipais há um grande volume de informação e que parte dela ainda não chegou. Ou seja, os números não totalmente consolidados.
Movimento 65
O Movimento 65 é uma iniciativa eleitoral e cívica que abriu o PCdoB para lideranças democráticas, patrióticas e dos movimentos sociais. Especialmente pessoas que tinham a intenção de candidatar-se agora em 2020. Na avaliação de Sorrentino, os dados até o momento mostram o vigor da ideia, mesmo diante das adversidades.
Conforme observou, o movimento foi lançado em dezembro passado, tendo atividades interrompidas no período de festas. Depois, atividades precisaram ser canceladas por conta das medidas sanitárias incontornáveis diante da pandemia do novo coronavírus.
“O Movimento 65 ampliou bastante nossas possibilidades, a ideia se disseminou. Muitas lideranças políticas e populares, inclusive que eram de outras legendas, se somaram ao PCdoB. O Movimento 65 certamente nos possibilitou chegar a estes números significativos”, destacou.
Interessante notar que, segundo Sorrentino, houve também quem se filiassem sem a intenção de se candidatar. São pessoas que apostaram em fazer parte do movimento neste momento que vive o Brasil e o mundo: “partidos enfraquecidos, muitas mensagens conservadoras contra sistema falaciosas. O Movimento 65 ocupou espaço não só na política, mas na vida social, e atraiu pessoas comprometidas, mesmo que não acompanhem a vida partidária estritamente”, definiu.
“Sem dúvida os apelos de Luciana [Santos, presidenta nacional do PCdoB], de Jandira [Feghali, deputada federal pelo Rio de Janeiro] e de Flávio Dino [governador do Maranhão], entre outras lideranças nacionais e locais, além do Movimento Comuns, protagonizado pela [ex-parlamentar e pré-candidata a prefeita de Porto Alegre] Manuela d’Ávila, chegaram a muitos lugares”, comentou.
Pré-campanha
O confinamento social, indispensável para conter a pandemia do novo coronavírus, já marca a política, como tudo na vida social. Apesar disso, explica Walter Sorrentino, o PCdoB tem defendido enfaticamente que neste momento o melhor a fazer é manter-se estritamente atento ao calendário eleitoral. Quanto ao cenário geral, é preciso “medir o pulso” com constância para adotar os melhores caminhos.
“Juntando tudo, a situação é muito instável, muito indefinida. Estamos vivendo uma crise sanitária, econômica, social, política e institucional. Sabemos que há tensões grandes e crescentes na sociedade, mas não sabemos onde tudo isso vai dar e de que maneira os anseios chegarão às urnas”, avaliou o dirigente, comentando que ainda é dúvida a intensidade mantida pela “onda conservadora” que atinge o país desde 2016 e se consolidou em 2018 com a eleição de Bolsonaro.
“A tática geral do PCdoB hoje é acumular força para derrotar Bolsonaro e encontrar os caminhos para dar vazão ao anseio de mudança, tornando nossas cidades mais democráticas”, lembrou.
Quanto à pré-campanha, a ideia é não se paralisar diante das condições anormais do momento.
“Precisamos pôr as pré-campanhas de pé: dizer a que viemos, defender o programa das cidades democráticas como algo que unifica o que o PCdoB pode oferecer ao povo”, destacou.
A orientação é ampliar o protagonismo dos pré-candidatos nas comunicações do partido, seguir intensificando o uso das redes sociais e jamais esquecer-se da solidariedade, especialmente com aqueles mais vulneráveis.
“É preciso dizer que as eleições não estão descoladas dos problemas escancarados pela pandemia, a vulnerabilidade de certas camadas da sociedade, a luta pelo direito dos trabalhadores. Temos que ligar estes pontos e trabalhar, claro, cumprindo as determinações sanitárias, evitando aglomerações. Corpo-a-corpo nem pensar. Mas há muitos modos de estar junto do povo, de mobilizar. As redes serão determinantes na pré-campanha”, concluiu.