O governo revisou para baixo suas expectativas para o crescimento da economia em 2020,
após a realidade provar que a previsão inicial de crescimento de 2,4% se tratava de uma
bravata.
De acordo com o Boletim Macrofiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica do
Ministério da Economia na quarta-feira (11), a estimativa oficial do governo é de que o
Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,1%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços
produzidos no país e serve para medir o desempenho da economia.
O ministério comandado por Paulo Guedes justificou a revisão apontando os impactos de
produtividade e demanda, a nível nacional e global, do avanço do coronavírus. A
vulnerabilidade do país à epidemia e a outras oscilações do mercado mundial aumenta à
medida que o governo de Jair Bolsonaro cria um ambiente de instabilidade política e
econômica, protagonizando ataques aos princípios democráticos.
Nos últimos dias, a divulgação oficial de um PIB fracassado em 2019 (de 1,1%,o pior em três
anos), o dólar batendo seu recorde histórico (chegando próximo de R$ 5,00) e a o blecaute da
Bolsa de Valores (queda de 12%) – além da promessa, por parte do governo, de seguir com a
ignóbil política do ajuste fiscal – fez com que o mercado se descolasse por completo das
promessas de recuperação e reduzisse para menos de 2% a previsão de crescimento do PIB.
Segundo o boletim Focus do Banco Central, em 1,98%.
A reação do governo diante de tudo isso foi anunciar como medida o bloqueio de gastos do
orçamento e um pacote de medidas de arrocho fiscal com corte nos salários e na jornada de
servidores públicos, entrega de estatais, entre outros crimes, que afundam o país ainda mais

na crise. Um tiro pela culatra para uma economia que agoniza por falta de investimentos.
A produção das indústrias do país começou 2020 pior que o ano passado, registrando queda
de 0,9% sobre janeiro anterior. No ano passado, o volume de produção industrial caiu 1,1%.