Cadê o Zé Gotinha? Nas mãos de Jair Bolsonaro os níveis de vacinação do Brasil atingiram os patamares de 1980. A queda na cobertura vacinal começou a ser sentida em 2016, ano do golpe contra Dilma Rousseff, e entrou em queda brusca depois da eleição de 2018. Em maio deste ano, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) incluiu o Brasil na lista de países com alto risco de reintrodução da poliomielite.

O problema é que a cobertura atual está em 69,47% em crianças com até um ano, um dos piores níveis da série histórica. E para garantir que a doença permaneça erradicada, ao menos 95% das crianças devem estar vacinadas, o que não acontece, justamente, desde 2015.

O discurso antivacina de Bolsonaro, fato inédito na história do país, associado ao desmonte do Ministério da Saúde, colocaram a população brasileira em risco, sobretudo as crianças.

A possibilidade da volta da poliomielite, enfermidade com consequências gravíssimas, que causa paralisia infantil e pode ser fatal, é um dos maiores retrocessos em saúde pública na história do Brasil. Erradicada no país em 1994, ela chegou a ser uma das doenças mais temidas no mundo. Na época, a estratégia adotada para a eliminação do vírus em território nacional foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) evoluiu desde então, e chegou ao ápice nos governos de Lula e Dilma. 300 milhões de doses de imunizantes eram distribuídas todos os anos, sendo aplicadas em mais de 38 mil salas de vacinação espalhadas pelo Brasil. Toda essa estrutura fez o país se tornar uma referência mundial em controle de doenças.

Mas o descaso com a imunização desarticulou esse sistema. O auge ocorreu durante a pandemia: o governo federal criou uma consulta pública para decidir se a vacina contra a Covid-19 deveria ou não ser incluída no SUS. Na época, o ex-presidente Lula reagiu. “Quando eu era presidente, surgiu a H1N1. Em três meses vacinamos 83 milhões de pessoas. O nosso país tem cultura de vacinação, tem o SUS, que os bolsonaristas tanto destratam, profissionais que se dedicaram muito. E o Bolsonaro mandou o Zé Gotinha embora, pensou que ele era petista. Ele era um humanista, suprapartidário”, disse.

Fonte: lula.com.br

(PL)