A produção industrial brasileira caiu 1,1% em 2019, na comparação com 2018. Em dezembro, o recuo foi de -0,7% em relação a novembro. Frente a dezembro de 2018, foi de -1,2% e de -0,6% no último trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada hoje (4) pelo IBGE.
A queda de -0,7% em dezembro, na comparação com novembro, foi a segunda queda seguida, acumulando uma perda de 2,4% nos dois últimos meses do ano, quando o governo bradava a “recuperação” da economia.
Segundo o IBGE, foi o pior resultado para meses de dezembro desde 2015, quando houve queda de 2%, segundo a série histórica da pesquisa.
Com o resultado de dezembro, a indústria brasileira operou 18% abaixo de seu ponto mais alto, registrado em maio de 2011. “Em termos de patamar de produção, é como se estivéssemos voltando para janeiro de 2009”, disse André Macedo, gerente da pesquisa. O pior patamar de produção desde maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros, completou o pesquisador.
Na passagem de novembro para dezembro, 17 dos 26 ramos pesquisados caíram. As influências negativas mais importantes vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,7%) e máquinas e equipamentos (-7%). O setor de veículos acumulou 9,7% de queda em três meses consecutivos de resultados negativos. Já máquinas e equipamentos teve o segundo mês de perdas.
ACUMULADO DE JANEIRO A DEZEMBRO
No índice acumulado para janeiro-dezembro de 2019, frente a igual período do ano anterior, duas das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 40 dos 79 grupos e 54,2% dos 805 produtos pesquisados foram negativos.
Segundo o IBGE, entre as atividades, indústrias extrativas (-9,7%) exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pelos itens minérios de ferro.
Com destaque negativo também estão os ramos de metalurgia (-2,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,9%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,1%), de outros equipamentos de transporte (-9,0%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,7%), de produtos de madeira (-5,5%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-3,7%) e de produtos de borracha e de material plástico (-1,5%).
Tiveram ampliação as atividades de produtos alimentícios (1,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), produtos de metal (5,1%) e bebidas (4,0%).
Entre as grandes categorias econômicas, tiveram resultados negativos os bens intermediários (-2,2%) e o segmento de bens de capital (-0,4%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo duráveis (2,0%) e o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (0,9%) tiveram variação positiva no final do ano.
O resultado da produção industrial é só mais uma manifestação da política contracionista, de devastação nacional de Bolsonaro e Guedes. Eles conseguiram derrubar o mais importante setor da economia para uma situação ainda pior do que os anos 2017 e 2018, após a grande recessão de 2014-2016.
Certamente a paralisação das atividades da Vale privatizada depois do criminoso rompimento da barragem de Brumadinho no início de 2019, que matou 270 pessoas, contribuiu para a queda da produção industrial. Mas, diversos outros setores também tiveram perdas significativas, segundo o IBGE.
O resultado de queda na produção industrial é consequência da política neoliberal do governo. Ela é de responsabilidade dos atuais governantes que estão levando o país ao maior desastre econômico e social de sua história.
Assim como a produção industrial, as previsões para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto-PIB) em 2019 estão em torno de 1% e 1,2%, portanto menores do que o PIB de 1,3% verificado nos anos de 2017 e 2018.