A produção da indústria nacional física caiu 0,2% em maio comparado a abril, segundo dados divulgados na terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a terceira queda no ano, já computados os ajustes sazonais. Nos cinco primeiros meses do ano, o setor industrial acumulou uma queda ainda maior, a produção industrial foi negativa em 0,7%.
Quase metade dos setores, 48,6% dos 805 produtos pesquisados, caíram em maio. Dos 26 ramos pesquisados 18 tiveram taxas negativas, com destaque para o recuo de 2,4% em veículos automotores, reboques e carrocerias.
Os dados apontam para um desempenho pífio da economia brasileira também no 2º trimestre. Os indicadores de maio já divulgados continuaram a mostrar um cenário de economia fraca, após uma queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no 1º trimestre.
A paralisia da economia é responsável por deixar 28 milhões e 400 mil trabalhadores desempregados ou subempregados no trimestre encerrado em maio, segundo a PNAD Contínua, do IBGE.
O Banco Central reduziu para 0,8% a previsão para o crescimento da economia brasileira em 2019. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou que o BC já trabalha com o cenário de uma nova recessão. As instituições financeiras também baixaram a estimativa de alta do PIB deste ano para 0,85%. Foi a 18ª queda consecutiva do indicador.
O BC destacou que a economia brasileira segue operando com “alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”.
Na semana passada, o Caged (Cadastro Geral de Empregos), divulgou que foram criados 32.140 empregos com carteira assinada no país em maio. Apesar de positivo, o resultado do Caged frustrou os analistas. Ele foi considerado o pior resultado para o mês de maio desde 2016.
Segundo ainda os dados do IBGE, no acumulado dos últimos 12 meses a produção industrial passou de -1,1% em abril para um crescimento nulo, ou 0,0% de crescimento em maio. Ou seja, a indústria ficou parada. Em termos de patamar, a indústria geral do país se encontra 17,5% abaixo da produção alcançada em maio de 2011.
De acordo com o IBGE, as indústrias extrativas caíram -13,2%, pressionada pelos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo. Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos desabaram 8,0%. Produtos farmoquímicos e farmacêuticos caíram -5,8%. O setor de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos caíram -9,6%, e outros equipamentos de transporte tiveram queda de -11,2%.
Na comparação com maio de 2018, a indústria aparentemente teria tido uma recuperação (cresceu 7,1%), mas, como na base da comparação está o mês da greve dos caminhoneiros que parou a produção, esse resultado não significa recuperação.