A produção de veículos – carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus – desabou 31,6% em 2020 em relação a 2019, segundo divulgou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta sexta-feira (8). O resultado do setor é o menor dos últimos 17 anos, quando em 2003 a produção foi de 1.684.715.

Em 2020, foram produzidos 2.014.055 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O tombo veio quando se projetava um crescimento de 10%.

Em dezembro, houve um crescimento de 22,8% em relação ao mesmo período de 2019, chegando a 209,3 mil veículos. Na comparação com novembro, a produção teve queda de 12,1%.

No ano de 2020, a produção de caminhões recuou -19,9%; a de carros de passeio e utilitários leves teve queda de 32,1 % e a produção de ônibus caiu 33,5%.

VENDAS RECUAM 26,2%

A venda de autoveículos teve uma queda de 26,2% no ano de 2020, ao serem licenciados 2.058.437 unidades. Em dezembro, na comparação com novembro, houve crescimento de 8,4%. Na comparação com dezembro de 2019, houve queda de 7,1%.

As exportações de 324.330 de unidades foram as piores desde 2002, um retrocesso de quase duas décadas. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da metade do que se exportou em 2017 (US$ 15,9 bilhões).

5 MIL VAGAS DE EMPREGO FECHADAS

Em dezembro de 2019,o setor empregava 125.596 trabalhadores, encerrando dezembro de 2020 com um total de 120.538 empregados, ou seja, 5,06 mil trabalhadores perderam o emprego durante a pandemia, apesar do setor ter sido beneficiado com isenções fiscais do governo.

Este cenário só não foi ainda pior por conta do Programa Emergencial de Preservação de Emprego e Renda, aprovado pelo Congresso Nacional, através da Medida Provisória (MP) 936 convertida na Lei 14.020/2020, de iniciativa do então relator deputado Orlando Silva (PCdoB), que permitiu a redução da jornada de trabalho, redução salaria e garantia de emprego durante a pandemia da Covid-19.

A Anfavea também apresentou suas estimativas para o setor neste ano: um aumento de 25% na produção de autoveículos e de 9% nas exportações, índices insuficientes para a retomada a patamares de 2019, antes da pandemia. Ainda assim, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, fez questão de ressalvar, “temos diante de nós um quadro que ainda inspira muita cautela nas nossas previsões”.