O primeiro-ministro da Grã Bretanha, Boris Johnson, testou positivo para o covid-19, como ele próprio anunciou em mensagem de vídeo publicada em seu Twitter oficial nesta sexta-feira (27).

Seu ministro da Saúde, Matt Hancock, também testou positivo para o coronavírus. Os dois anunciaram que continuarão comandando a batalha contra a Covid-19 apesar do auto-isolamento, por meio de videoconferência.

Johnson é o primeiro chefe de governo entre as maiores economias do mundo que é atingido pela pandemia, embora haja ocorrido antes suspeitas, como com a primeira-ministra alemã Ângela Merkel, o que não se confirmou.

“Olá, pessoal, eu queria informar vocês sobre algo que aconteceu hoje. Eu desenvolvi sintomas leves do coronavírus, como temperatura elevada e tosse persistente, e por aconselhamento médico, eu fiz o teste e ele deu positivo”, disse Johnson no vídeo, divulgado sob o hashtag # FiqueemCasaSalveVidas.

“Estou agora em auto-isolamento, mas continuarei a liderar a resposta do governo via videoconferência na luta contra este vírus”, acrescentou Johnson, tranquilizando a população.

“Juntos, vamos derrotar isto. #FiqueemCasaSalveVidas”, conclamou.

Também o príncipe Charles foi contagiado pelo coronavírus.

Boris Johnson, que inicialmente adotara uma estratégia de deixar o vírus à solta para supostamente desencadear uma “imunização de rebanho”, deu meia volta e adotou a política aconselhada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Redução da velocidade de transmissão do vírus, por meio de medidas de contenção e confinamento social, para achatar a curva de infecção e evitar o colapso do sistema hospitalar – o desastre visto na Itália, após o governo resistir a implantar a quarentena. Ao que se deve somar extenso processo de realização de testes que permita isolar e tratar os doentes.

A mudança de rumo de Johnson se deu após estudo de renomada escola de medicina inglesa revelar que a tal “imunidade de rebanho” só aconteceria após um número insuportável de mortos, pois o que essa ‘estratégia’ pregava era expor as pessoas ao vírus, sem haver tratamento nem vacina.

Na Grã Bretanha, já ocorreram 14,5 mil contágios, com 759 mortos e 135 altas. Nas últimas 24 horas, o número de novos casos ultrapassou os 1.800, com 181 óbitos.