A vitória do ex-vice-presidente Joe Biden, que conquistou 48,4% do total de votos na primária de Carolina do Sul, foi saudada pelo segundo colocado, Bernie Sanders, que obteve 19,9% do total de votos.

“Quero me congratular com Joe Biden, em sua vitória nesta noite”, declarou o pré-candidato que sai de três vitórias nas primárias anteriores, Iowa, New Hampshire e Nevada e que, com os votos obtidos na noite de sábado, se mantém em primeiro lugar no quadro geral de delegados à Convenção Nacional (que elegerão o candidato democrata à Casa Branca).

Com o resultado obtido na Carolina do Sul, Biden vai a 44 delegados, enquanto que Sanders tem 54. Desde o início da atual disputa, Sanders tem se destacado por defender a unidade dos democratas e afirmar que o inimigo do país a ser afastado da Casa Branca é Donald Trump e que o candidato indicado nas primárias democratas deve receber o apoio de todos os demais.

Em terceiro, mas já muito distante, vem Buttigieg (que segundo o colunista do portal Common Dreams, Norman Solomon, é o escolhido do capital financeiro e corporativo para bater em Sanders) e que até agora amealhou 26 delegados. Depois, as senadoras Elizabeth Warren, com 8 delegados e Amy Klobuchar, com 7.

Ao festejar essa primeira vitória, Biden tentou desacelerar o empuxo Sanders, batendo na tecla de que ele não teria condições de vencer Trump, apesar das pesquisas apontarem a Sanders como o mais capaz de vencer o atual presidente. Sem entrar nas questões e propostas defendidas pelo principal concorrente na disputa pela indicação, afirmou: “Nossa opção é entre uma grande vitória ou uma derrota” pois, segundo ele, “os norte-americanos não querem uma revolução”.

Joe Biden precisava vencer em ao menos um Estado, como o fez agora, para continuar na disputa. Nas duas primeiras, Iowa e New Hampshire, ficou muito atrás em quarto e quinto lugar. Mesmo em Nevada, onde obteve o segundo lugar, teve menos da metade dos votos do primeiro colocado, Sanders.

Segundo descreve o New York Times, Biden praticamente abandonou a campanha nos demais Estados para se concentrar durante os últimos 10 dias na Carolina do Sul, pois, mais uma derrota aqui o deixaria muito vulnerável diante da próxima rodada na qual a disputa se dá em 15 Estados no mesmo dia 3 de março. Esse conjunto de primárias é conhecido como Super-Terça. Nesta data são tirados 1/3 de todos os delegados eleitos para a Convenção.

Foi isso que observou Sanders – que nos últimos dias também participou em eventos em alguns dos Estados que estarão sendo disputados no dia 3, a exemplo do Texas – ao se dirigir aos apoiadores: “Há muitos estados em disputa e hoje eu não venci na Carolina do Sul”.

“Não será o único revés – existem muitos Estados neste país. Ninguém vence em todos”, acrescentou e, fazendo um chamamento a seus apoiadores incentivou: “Vamos em frente para a Super-Terça!”.

E a disputa tende a se acirrar agora, pois o candidato bilionário, Michael Bloomberg, que preferiu não disputar o voto democrata com medo de, assim como Biden, colher devastadoras derrotas, só coloca o seu nome à disposição a partir da Super-Terça, após ter gasto quase meio bilhão de dólares em propaganda.

Devido ao fato de ser um dos big shots de Wall Street e por seu posicionamento que inclui uma gestão na qual a polícia discriminou a população negra e latina, não deve conseguir a preferência dos eleitores democratas. Mas, empurrado pela avalanche de dinheiro jogado na campanha, tende a conquistar um número expressivo de delegados em sua maioria retirados do eleitorado de Biden, conhecido por suas posições alinhadas à direita democrata.

O portal Real Clear Politics mostra resultados de pesquisas realizadas em 6 dos Estados em disputa na Super-Terça com Sanders vendendo em 5 e Biden em 1.