Sede Banco Central em Brasília.

O Banco Central (BC) reduziu sua projeção para o crescimento da economia este ano de 2%, em março, para 0,8%, segundo o Relatório de Inflação Trimestral, divulgado nesta quinta-feira (27 de junho).
O relatório destaca a piora da economia nos três primeiros meses do governo Bolsonaro.
O Produto Interno Bruto (PIB) recuou -0,2% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao quarto trimestre do ano anterior (dados com ajuste sazonal), interrompendo sequência de oito trimestres sem quedas. Sob a ótica da oferta, esse resultado refletiu recuos nos produtos da agropecuária (-0,5%) e da indústria (-0,7%), compensados parcialmente por ligeiro crescimento da atividade no setor de serviços (0,2%).
Do lado da demanda, o consumo das famílias manteve o movimento de expansão, pelo nono trimestre seguido, embora em ritmo inferior ao registrado em 2018, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu pelo segundo trimestre consecutivo, um recuo de -1,7%.
A projeção para o crescimento da FBCF – que mede o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, aqueles bens que servem para produzir outros bens – recuou de 4,3% para 2,9%, “influenciada pelo resultado negativo do primeiro trimestre e pela piora dos indicadores de confiança de empresários”, diz o BC.
O crescimento do consumo das famílias foi revista de 2,2%, na projeção de março, para 1,4%.
Diz o relatório que “a economia segue operando com elevado nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”.
A projeção para o desempenho da indústria caiu de 1,8% para 0,2%, “refletindo recuos nas expectativas de crescimento para todos os segmentos do setor, exceto produção e distribuição de eletricidade, gás e água”. A previsão para a indústria de transformação caiu de 1,8% para -0,3%.
Baseado na ata do Comitê de Política Monetário e no boletim Focus, o BC sinaliza que o país entrou na rota da recessão e já indica que o PIB do segundo trimestre não será diferente do primeiro, quando ficou negativo em -0,2%.
Contudo, o governo continua com o discurso de que a reforma da Previdência é a saída para a “crise”. Para isso, é preciso saquear os recursos dos aposentados e transferir para os bancos. Para o setor produtivo e os 24,8 milhões de desempregados ou subempregados, restam os juros altos, os cortes nos investimentos públicos, nos serviços básicos à população, nos salários e o desmonte do patrimônio público. Receitas para afundar ainda mais a economia.