O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, registrou alta de 1,05% em dezembro, em relação à taxa de 0,14% em novembro.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (20/12). De acordo com o órgão, o resultado é o maior para o mês de dezembro desde 2015, quando o indicador registrou 1,18%.
Segundo o IBGE, o destaque ficou por conta do grupo Alimentação e bebidas (2,59%), principalmente pelo aumento no preço da carne, uma alta de 17,71% em dezembro que contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 p.p.).
O feijão-carioca (alta de 20,38%) e as frutas (alta de 1,67%) também contribuíram para elevação de 3,62% registrada no subitem “alimentação no domicílio”.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, apenas o de Artigos de residência apresentou deflação (-0,84%) de novembro para dezembro.
“Algumas outras despesas que pesaram mais no bolso do consumidor foram a alimentação fora do domicílio e as despesas com transportes. As passagens aéreas, cujos preços já haviam subido 4,44% em novembro, tiveram alta de 15,63% em dezembro. A gasolina (1,49%) e o etanol (3,38%) também continuam a subir de preço. E o gás de botijão também ficou mais caro (0,32%), após o reajuste de 4% no preço do botijão de 13 kg, nas refinarias, a partir do dia 27 de novembro”, destacou o Instituto.
Desde outubro, os preços da carne dispararam em todo país, por conta da política antinacional do governo Bolsonaro de favorecimento ao mercado externo às custas do mercado interno. Diante desta disparada nos preços – provocado pela sede dos frigoríficos em atender ao mercado externo (da China e de outros países), o governo não se preocupou em proteger a população brasileira da possível escassez e da especulação.
Até agora Bolsonaro não se dispôs a apresentar nenhuma proposta de regulamentação de estoques para garantir o consumo interno. Ao contrário, na quinta-feira (19/12), usou o abuso no preço da carne para defender a ocupação das terras indígenas pelos latifundiários e a entrega dos recursos minerais a estrangeiros.
“O preço da carne subiu. Nós temos de criar mais bois aqui, para diminuir o preço da carne e eles [os indígenas] podem criar boi”, disse Bolsonaro, ao defender a inclusão da regulamentação da agricultura e pecuária comerciais em terras indígenas na sua proposta de liberação da atividade de mineração.