Posto de combustíveis do DF vende gasolina com desconto no Dia de Liberdade de Impostos.

Empurrada pelos preços da gasolina e da energia elétrica, a prévia da inflação oficial de dezembro apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), registrou avanço de 0,78% e fechou 2021 com alta de 10,42%, maior alta acumulada no ano desde 2015, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (23). Em dezembro de 2020, o IPCA-15 foi de 1,06%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. A maior variação veio dos Transportes, com alta de 2,31% no mês, e no ano, aumento acumulado de 21,35%. Também foram sentidos os pesos da Habitação, alta de 0,90% no mês, e alta de 14,67% no acumulado do ano, seguido por Alimentação e bebidas que contribuíram com uma alta de 0,35% em dezembro e 8,68%, em 12 meses. Apenas Saúde e cuidados pessoais e Educação não registraram aumento no mês.

Os preços administrados pelo governo federal foram o maiores vilões no mês.

No resultado dos Transportes, a gasolina contribuiu com o maior impacto individual. Em dezembro o combustível fechou em alta de 3,28%. Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram no mês.

O gás de botijão também variou 0,51%, “cujos preços subiram pelo 19º mês consecutivo, acumulando, em 2021, alta de 38,07%”, ressalta o IBGE.

O gás encanado avançou 2,58%, decorrente dos reajustes de 6,90% no Rio de Janeiro (4,06%), aplicado a partir de 1º de novembro, e de 17,64% em São Paulo (2,28%), a partir de 10 de dezembro.

No resultado da Habitação o que mais pesou foi a energia elétrica, alta de 0,96% – resultado próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a nova bandeira tarifária “escassez hídrica”, criada pelo governo Bolsonaro, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Medida essa que repassa aos consumidores os altos custos do acionamento das caríssimas usinas térmicas que foram acionadas pelo governo – que não tinha nenhum plano de contingência para o enfrentamento de crises hídricas no país.

Do lado da Alimentação e bebidas, o peso veio principalmente da alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual veio do café moído, alta de 9,10%. Além disso, os preços das frutas (4,10%) e das carnes (0,90%) subiram em dezembro.

O retorno da inflação em escalada, a manutenção do desemprego elevado e do arrocho sobre os assalariados e os juros altos e próximos dos dois dígitos são o resultado da política econômica desastrosa de Bolsonaro e de seu ministro da Economia, que levou o Brasil a voltar a figurar no mapa da fome. Hoje, sem ter o que comer, famílias estão tendo de disputar carcaças de animais na fila dos ossinhos em Cuiabá, no caminhão de ossos no Rio de Janeiro, nas caçambas de lixo no Mercado Público de São Paulo, entre outros locais.