O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que “o país não admite retrocessos” em suas redes sociais na quinta-feira (22).

Para o senador, a decisão sobre voto impresso cabe ao Congresso e a realização da eleição do ano que vem é “inegociável”.

“Seja qual for o modelo, a realização de eleições periódicas, inclusive em 2022, não está em discussão. Isso é inegociável. Elas irão acontecer, pois são a expressão mais pura da soberania do povo. Sem elas não há democracia e o país não admite retrocessos”, escreveu o presidente do Senado.

Pacheco reiterou que a decisão sobre a forma de votação da eleição de 22 cabe ao Legislativo.

“Decisões sobre o sistema político-eleitoral, formas de financiamento de campanhas, voto eletrônico ou impresso, entre outros temas, cabem ao Congresso Nacional, a partir do debate próprio do processo legislativo e com respeito às divergências e à vontade da maioria”, disse o senador.

Na live de quinta-feira, Bolsonaro voltou a atacar o sistema de votação pela urna eletrônica. Em lives anteriores, ele já ameaçou as eleições de 2022 caso o seu projeto de voto impresso não fosse aprovado. Falou ainda que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava envolvido em fraudes nas eleições anteriores.

Sem voto impresso, disse, “corremos o risco de não termos eleições ano que vem. A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014”.

Um artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo dizia que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, tinha mandado um recado para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmando que as eleições do ano que vem não iriam acontecer caso o voto impresso fosse aprovado pelo Congresso. Braga Netto e Arthur Lira desmentiram a matéria.

Em nota, o ministro da Defesa disse que “não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores” e que a notícia do Estadão é “mais uma desinformação que gera instabilidade entre os Poderes da República, em um momento que exige a união nacional”.

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, disse que conversou “com o Ministro da Defesa e com o Presidente da Câmara e ambos desmentiram, enfaticamente, qualquer episódio de ameaça às eleições”.

“Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia”, completou.