O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que a implantação do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) tem como objetivo uma nova estratégia de desenvolvimento nacional, segurança no enfrentamento ao passado neoliberal, fortalecendo o combate à corrupção.

Conforme Obrador, a economia ocupa um capítulo chave desta história, e é preciso que o Estado promova o desenvolvimento, de forma diferente do passado recente em que se usava, hipocritamente, a estrutura pública para intervir em favor dos bancos privados, como se fez com o Fobaproa  (Fundo Bancário de Proteção à Poupança).

Sempre os planos nacionais de desenvolvimento se faziam a partir da agenda imposta desde o estrangeiro, com base no receituário neoliberal e com as chamadas “reformas estruturais”, arrochando os programas sociais e subtraindo os serviços públicos e com o centro nas “soluções” que favoreciam o “mercado”. “Este é completamente diferente”, assinalou, pois busca construir um México com bem-estar e desenvolvimento sustentável.

Os primeiros dez mil exemplares do PND, distribuídos no palácio presidencial, explicam a razão de todos os programas, dando ênfase ao desenvolvimento urbano, à educação e às universidades públicas, aos institutos de saúde e ao fortalecimento dos valores culturais, morais e espirituais da nação mexicana.

“É necessário que todos saibam qual é o marco de referência, o marco teórico, político e conceitual de nossas ações de governo, porque se dizia no período neoliberal que não havia outra forma, que somente podíamos adotar o modelo que estávamos aplicando. Hoje demonstramos que há outra opção e deixamos de lado o caminho trilhado de sempre”, acrescentou o presidente, informando que além das linhas gerais agora traçadas o plano será fornecido ao país, em detalhes, nos próximos dias.

CASO AYOTZINAPA

O governo destacou a relevância de relembrar os 43 estudantes de Ayotzinapa – cidade no sul do país – desaparecidos há cinco anos, reconheceu ter havido um “crime do Estado”, ofereceu uma recompensa milionária a quem fornecer informação sobre o ocorrido e reiterou que não haverá impunidade.

Em relação aos desordeiros que saíram da marcha nesta quinta-feira para promover quebra-quebra na Cidade do México, Obrador disse se tratarem de “conservadores e provocadores” e que é preciso “ver quem os financia”, já que atuam para nublar um caso de “desaparecimento forçado”. “São pessoas que não contam com o respaldo da população e prejudicam o movimento legítimo e justo dos familiares de Ayotzinapa, que querem encontrar os estudantes desaparecidos. Quem sai de uma marcha justa para quebrar uma livraria é provocador”, sublinhou.