Presidente López Obrador condena campanhas para desestabilizar o governo cubano

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, manifestou nesta segunda-feira (12) a sua “solidariedade com o povo cubano” e condenou “campanhas midiáticas que estão sendo realizadas em nível mundial” por “aqueles que não estão de acordo com a política do governo” para tentar tirar proveito da situação que o país atravessa, agravada pela pandemia.

“É preciso buscar uma saída mediante o diálogo, sem o uso da força, sem confrontação, sem violência. Têm que ser os cubanos os que decidam, porque o seu é um país independente, livre e soberano”, sublinhou.

Quem quiser realmente ajudar os cubanos, sustentou Obrador, o primeiro que deve fazer é lutar pela suspensão do bloqueio, “como está solicitando a maioria dos povos do mundo, isso seria um gesto humanitário”. “Nunca um país pode ser cercado por razões políticas, bloqueado, isso é o mais contrário que pode haver aos direitos humanos”, assinalou. Segundo o mandatário, existem duas formas de resolver a situação: “cancelando o bloqueio e que os países ajudem Cuba sem fins políticos”.

No território cubano, frisou o presidente mexicano, “não deve haver intervencionismo, não se deve utilizar a situação de saúde do povo cubano com fins políticos”. López Obrador, que agradeceu o envio no ano passado de médicos cubanos para combater a pandemia de Covid-19 no México, “expressou nossa solidariedade ao povo de Cuba com toda clareza, sem hesitação”. E reiterou: “Nós não podemos esquecer o que Cuba fez por México”.

“Estaremos pendentes e prontos para ajudar o povo de Cuba com apoio humanitário, sem qualquer tendência ou preconceito político. México sempre foi solidário com Cuba e com o mundo. Se o governo cubano julgar necessário, poderemos ajudar com remédios, com vacinas e comida. Porque saúde e alimentação são direitos humanos fundamentais”, enfatizou.

ONU solidária

No final de junho a 85ª sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução contra o criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro mantido pelos Estados Unidos há mais de 60 anos. Desde 1992, a Assembleia da ONU tem acolhido por crescente maioria o direito cubano à soberania e independência.

“184 votos a favor, 2 contra [EUA e Israel] e 3 abstenções [Brasil, Colômbia e Ucrânia]. É assim que o mundo reage à demanda cubana. Já são 28 anos de rejeição global do Bloqueio. Os bloqueadores ficam sem argumentos. Os solidários reforçam seu apoio”, destacou então o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.