Presidente da OAB Eugênio novaes OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou que a confissão de Bolsonaro, durante reunião com os ministros, de que ele tem um “sistema particular de informações” deve ser investigada.

“Não existe, legalmente, um sistema particular de informação a presidente da república, sobre investigações de polícias civil e federal”, disse o advogado.

“Se a milícia foi promovida a um escritório estruturado de vazamentos, interferências e proteções, esta confissão precisa ser investigada”.

No vídeo da reunião com seus ministros realizada no dia 22 de abril, e divulgado na sexta-feira (22) por decisão do STF, Jair Bolsonaro disse que tem um sistema próprio de informações.

Ele reclamou que não recebe informações da Polícia Federal e que as informações da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) são poucas. Não é função da PF passar informações para o presidente da República.

“Sistemas de informações: o meu funciona. O meu particular funciona. Os ofi… que tem oficialmente, desinforma. Eu tenho as … as inteligências das Forças Armadas que não tenho informações. ABIN tem os seus problemas, tenho algumas informações. Só não tenho mais porque tá faltando, realmente, temos problemas, pô! Aparelhamento etc. Mas a gente num pode viver sem informação”, disse Bolsonaro na reunião.

“Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações”, continuou.

A gravação foi tornada pública na sexta-feira (21) pelo ministro Celso de Mello, do STF. Ela faz parte da investigação sobre as tentativas de Jair Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal.

Sérgio Moro, quando anunciou sua saída do governo, disse que Jair Bolsonaro ameaçou demiti-lo caso não conseguisse trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro. A gravação prova que Moro estava falando a verdade.