O senador e presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI)

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação do Senado, criticou o projeto de homeschooling aprovado na última quinta-feira (19) pela Câmara dos Deputados. O texto segue agora para análise do Senado.

Em sua conta oficial do Twitter, Castro ressaltou que o Brasil precisa de investimentos na área da educação e que, como representante da pasta no Senado, vai lutar contra esse projeto.

“Autorizar a educação domiciliar é um retrocesso sem precedentes. Como presidente da Comissão de Educação, vou lutar para que esse projeto não passe no Senado. Precisamos de investimentos e avanços na educação brasileira. O PL aprovado na Câmara tem a nossa total desaprovação”, afirmou em suas redes sociais.

A votação do texto que regulamenta o homeschooling foi relâmpago e rachou a bancada da educação na casa. Foram 264 votos favoráveis e 144 contrários ao texto.

A aprovação desse projeto dividiu a bancada da educação na Câmara que, apesar de pequena, é muito mobilizada e costuma votar em conjunto em diversos temas. A votação do texto que regulamenta o homeschooling foi relâmpago e rachou a bancada da educação na casa. Foram 264 votos favoráveis e 144 contrários ao texto.

Em entrevista à Rádio TV Jornal Meio Norte do Piauí, Castro disse que continuará se posicionando nas redes sociais de forma muito clara e inequívoca ao homeschooling.

“Entendemos que essa matéria não deveria ser votada em regime de urgência, mesmo porque não é uma matéria urgente. O que faz a homeschooling ser votada em caráter de urgência? Não vejo razão para isso”, disse o senador, esclarecendo que o Brasil tem tantos problemas e carências para resolver na educação e o Congresso ao invés de estar unindo esforços para resolver os problemas da educação no Brasil, está se perdendo energia e tempo com uma matéria absolutamente desnecessária que não vai melhorar em nada a qualidade da educação no País.

“O Brasil tem muitos e graves problemas na educação e toda vez que participamos de avaliações com estudantes do mundo interior, o Brasil fica numa posição muito desvantajosa”, disse, citando o exemplo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), uma avaliação internacional que quando tem o resultado divulgado, principalmente em Português e Matemática, o Brasil fica numa posição constrangedora.

“Os nossos alunos têm as piores notas e ficamos muito mal colocados. Então, essa pandemia agravou ainda mais nossa situação e vejo que ao invés de estarmos reunindo esforços e forças para enfrentar os reais problemas da educação no Brasil, estamos dissipando nossas energias tratando de um assunto absolutamente acessório, secundário e desimportante, que é a criação ou não do homeschooling vai alterar em que a qualidade da educação brasileira? Em nada, absolutamente nada”, disse.

O senador diz que vê o projeto muito mais como uma posição ideológica, muitas vezes, de fundo religioso do que um problema real a ser enfrentado. “Agora imagino os problemas graves do Brasil e a Câmara dos Deputados se ocupar de um assunto secundário e em regime de urgência”, disse.