Lukashenko, presidente da Bielorrússia, diz que a Otan concentra tropas nas fronteiras do país

“A Otan exige novas eleições e se nós cedermos deixaremos de existir enquanto país”, afirmou diante de uma multidão em Minsk, no domingo (16), o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que obteve mais de 80% dos votos no recente pleito presidencial.

“O som dos exércitos da Otan se escuta à nossa porta”, afirmou emocionado o presidente. “Eu não os chamei aqui para defenderem a mim, mas para defendermos nossa independência. Para a defesa do país de vocês, sua independência, suas famílias”, acrescentou ao falar diante da sede do governo.

“Apesar de todas as dificuldades, todas as falhas, nós construímos um belo país juntos. A quem vamos decidir rendê-lo?”, perguntou, sob aplausos.

“Se alguém quer render o país, eu o defenderei. Eu não permitirei”, concluiu.

Há manifestações de opositores no país. A candidata derrotada, Svetlana Tikhanovskaya, vem açulando os bielorrussos desde a Lituânia, de onde diz que não aceita o resultado eleitoral de 9 de agosto e que teria provas (sem as apresentar) de que a eleição teria sido manipulada.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, já disse que não aceita o resultado e que os EUA vão impor novas restrições, acrescentando àquelas já em curso.

No domingo, Lukashenko conversou ao telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, e declarou que os líderes dos dois países estão dispostos a “reagir em conjunto” de acordo com o pacto de defesa regional do qual a Rússia e a Bielorrússia fazem parte.