Presidente chinês defende em Davos cooperação mundial contra Covid
O presidente da China, Xi Jinping, em seu discurso de abertura da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, pediu uma maior cooperação global na luta contra a Covid-19 e prometeu disponibilizar mais um bilhão de vacinas, ao mesmo tempo em que destacou a necessidade do abandono da “mentalidade da guerra fria”.
No encontro anual tradicionalmente realizado na cidade de Davos, na Suíça, mas que agora ocorre via videoconferência por causa da Covid, na segunda-feira (17), o líder chinês falou sobre os esforços de seu país para compartilhar imunizações, combater as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento doméstico e internacional.
“Uma forte confiança e cooperação representam o único caminho certo para derrotar a pandemia. Conter um ao outro ou transferir a culpa só causaria um atraso desnecessário na resposta e nos distrairia do objetivo geral. Os países precisam fortalecer a cooperação internacional contra a Covid-19, realizar uma cooperação ativa em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, construir conjuntamente várias linhas de defesa contra o coronavírus e acelerar os esforços para construir uma comunidade global de saúde para todos. De particular importância é alavancar totalmente as vacinas como uma arma poderosa, garantir sua distribuição equitativa, acelerar a vacinação e fechar a lacuna global de imunização, de modo a proteger verdadeiramente a vida, a saúde e os meios de subsistência das pessoas”, afirmou.
Ressaltando que a China cumpre suas promessas, Xi sublinhou que “o país já enviou mais de dois bilhões de doses de vacinas para mais de 120 países e organizações internacionais. E agora, a China fornecerá mais um bilhão de imunizantes aos países africanos, incluindo 600 milhões de doses como doação”. Ele acrescentou que “também doará 150 milhões de doses aos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean)”, bloco econômico integrado por Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã, além dos países observadores: Papua-Nova Guiné e Timor Leste.
“Devemos descartar a mentalidade da guerra fria e buscar a coexistência pacífica e resultados benéficos para todos. O mundo de hoje está longe de ser pacífico”, declarou o presidente.
“O protecionismo e o unilateralismo não protegem ninguém. Pior ainda são as práticas hegemônicas e abusivas, que contrariam a tendência histórica. Uma política segundo a qual o que é bom para um país só pode vir às custas de outro não ajudará. O caminho correto para a humanidade é o desenvolvimento pacífico e a cooperação mutuamente benéfica”, acrescentou.
Xi Jinping frisou que “a China continuará comprometida em buscar um desenvolvimento de alta qualidade. A economia chinesa desfruta de um bom momento geral. No ano passado, nosso PIB cresceu cerca de 8%, atingindo a dupla meta de crescimento bastante alto e inflação relativamente baixa. As mudanças no ambiente econômico doméstico e internacional trouxeram uma enorme pressão, mas os fundamentos da economia chinesa, caracterizados por forte resiliência, enorme potencial e sustentabilidade de longo prazo, permanecem inalterados. Temos toda a confiança no futuro da economia chinesa”.
“A riqueza de um país é medida pela abundância de seu povo. Graças ao crescimento econômico considerável, o povo chinês está vivendo uma vida muito melhor. No entanto, estamos bastante conscientes de que, para atender à aspiração das pessoas por uma vida ainda melhor, ainda temos muito trabalho a fazer a longo prazo. A China deixou claro que lutamos por um progresso mais visível e substantivo no desenvolvimento integral dos indivíduos e na prosperidade comum de toda a população. Estamos trabalhando duro em todas as frentes para alcançar esse objetivo. A prosperidade comum que desejamos não é igualitarismo. À medida que a maré alta levanta todos os barcos, todos receberão uma parte justa do desenvolvimento”, concluiu.