Foto: reprodução/redes sociais

Escolhida presidenta do PCdoB de Palmas e pré-candidata à prefeitura da capital do Tocantins na mais recente conferência municipal do partido, realizada sábado (21), a jornalista Roberta Tum tem desafios importantes pela frente. Ela quer contribuir para resgatar a esquerda local após anos de ataques bolsonaristas, construir os caminhos para tornar a cidade inclusiva e combater a desinformação e o preconceito com relação ao comunismo. “Vamos transformar o Partido Comunista do Brasil no Partido do Coração do Brasil e mostrar que é o partido que busca o bem comum”, defende. 

Para isso, quer desenvolver uma campanha explicando que o “comunismo diz respeito ao bem comum, ao fato de que não podemos viver numa sociedade tão desigual na distribuição das oportunidades e das riquezas. O poder público precisa proteger os mais frágeis, atacar a fome e formar a juventude para o trabalho bem remunerado”. 

Roberta diz que “precisamos mostrar como queremos fazer isso, de que forma nós podemos ser a face dos que votaram em Lula, mas estão completamente desligados de bases partidárias; dos que compreenderam o desastre que seria para o Brasil mais quatro anos de Bolsonaro, mas não entenderam ainda que a militância político-partidária é o caminho da representatividade”. 

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Ela explica que a ideia é colocar a campanha nas redes sociais e nas ruas. “Vamos provocar o debate na cidade, em pequenas rodas de conversa por todos os bairros de Palmas, com as universidades, os formadores de opinião, para que a gente plante, nos próximos cinco meses, uma semente que nos permita chegar lá em março, abril, em condições de defensor uma candidatura viável no campo de esquerda para a cidade”. 

Roberta salienta essa necessidade tendo como base a análise do cenário local que, assim como boa parte do país, ainda se encontra dividido. “Teremos grandes embates aqui e precisamos fazer um movimento muito forte para tirar da escuridão, das sombras, o eleitor de Lula que foi muito assediado, massacrado pela elite palmense bolsonarista”, diz.

Cidade inclusiva

No que diz respeito às necessidades de Palmas, explica que a prioridade do PCdoB é torná-la uma cidade inclusiva. “A história de Palmas é a história de pioneiros braçais que chegaram e ajudaram a erguer aqui as primeiras grandes obras. E esse pessoal foi todo colocado a 15 km do centro do plano diretor. Então, nós temos uma extensão enorme de terra desocupada e lá na região sul, tem uma massa de pessoas que foram se organizando”, lembra. 

Ela aponta que nesses locais “estão as pessoas que ainda passam fome, que ainda estão desempregadas, que ainda estão fora do mercado de trabalho e das condições de serem incluídas no processo de crescimento econômico e político da cidade e sem representatividade. E essas pessoas precisam ter voz e ter a vez de escolher representantes que podem olhar para elas, que possam olhar para além dos arranha-céus de Palmas”. 

Fortalecer a esquerda

Para dar conta desses desafios, Roberta Tum salienta que é preciso fortalecer o campo orgânico da esquerda. “E nesse sentido, o PCdoB entra num processo de reestruturação da sua organização interna, do diretório metropolitano de Palmas, para estabelecer os seus militantes em cada área, seja no movimento negro, de mulheres ou sindical”. 

Ela argumenta que o cenário aberto com a eleição de Lula e a presença da presidenta do PCdoB, Luciana Santos, à frente do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação “ajudam a fortalecer a nossa representatividade”. O presidente Lula, completa, “precisa da construção de novas lideranças no campo da esquerda para sustentar um projeto de reeleição com mais tranquilidade, para trabalhar com um Congresso mais afinado com as pautas da esquerda. Hoje, infelizmente, o presidente se torna refém de negociar com a centro-direita e sobreviver a isso conseguindo executar nosso projeto de esquerda para a Presidência do Brasil”. 

Apesar dessas dificuldades, salienta que “o governo Lula avança em todas as direções e já nos orgulha muito. Ele já recolocou o Brasil no cenário internacional e já é uma referência positiva em vários aspectos. Então, essa liderança nacional forte do presidente, da ministra, nossa presidenta, tem tudo para nos ajudar a construir um momento de surgimento e fortalecimento de novas lideranças”.