Presidenta da Contag, Vânia Marques (Foto: Murilo Nascimento)

A presidenta da Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Vânia Marques, destacou no 16º Congresso Nacional do PCdoB o papel fundamental do Partido na constituição da organização do sindicalismo rural.

O Congresso homenageou a luta dos comunistas que ajudaram na organização partidária e na defesa do povo brasileiro, mas que tombaram depois do golpe militar de 1964.

Vânia diz que essas lideranças tiveram papel importante não só na organização das ligas camponesas, mas durante todo o processo de construção do movimento sindical no campo.

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É o caso de Lyndolpho Silva que foi primeiro presidente da Contag em 1963. Com o golpe militar de 1964, ele foi preso e torturado junto com outros dirigentes.

Entre os nomes de destaques estão Antônio Alfredo de Lima, desaparecido político que participou da Guerrilha do Araguaia; Albertino José Oliveira, líder da Liga Camponesa de Vitória de Santo Antão (PE), morto em 1964; ⁠Elizabeth Altino Teixeira da Liga Camponesas de Sapé (PB), presa por diversas vezes e que viveu na clandestinidade; e o preso político ⁠Wilson Furtado que foi exilado na Tchecoslováquia.

Elizabeth tinha como companheiro João Pedro Teixeira, cuja sua trajetória deu origem ao filme “Cabra Marcado para Morrer”, do diretor Eduardo Coutinho.

A presidenta da Contag disse também que ⁠Wilson Furtado, na volta do exílio, ajudou na reestruturação da Federação dos Agricultores e das Agricultoras da Bahia (Fetag-BA).

“Antes mesmo da ditadura militar já havia uma série de conflitos muito grande no campo brasileiro por conta do avanço do latifúndio. Então já tinha já um movimento de aniquilar e caçar as lideranças, o que se agravou muito com o golpe militar”, explica Vânia.

Ela diz ainda que ficou como principal legado dessa luta a bandeira da reforma agrária, além da discussão salarial.

“A reforma agrária é essa que não aconteceu no nosso país. A gente teve algumas políticas de assentamento de famílias, inclusive eu sou da militância da luta pela terra, mas a gente sabe que a reforma agrária de verdade não aconteceu ainda. Então a gente tem essa bandeira, entre outras. Uma delas que vem com muita força é a reforma agrária com a valorização da agricultura familiar”, disse.