Prefeitura do Rio prejudica atendimento ao transferir médicos

A prefeitura do Rio de Janeiro transferiu médicos de diversas especialidades que atuavam em
hospitais como o Souza Aguiar, Lourenço Jorge e Salgado Filho para o Hospital de Campanha
do Riocentro, na zona Oeste da capital.
A medida, para reforçar o atendimento de pacientes do Covid-19, vem colocando em risco a
vida de muitos cariocas que precisam de atendimento.
Entre os médicos transferidos estão infectologistas, clínicos gerais, anestesistas, neurologistas,
ortopedistas, otorrinolaringologistas e até pediatras.
O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro denuncia que as transferências vão prejudicar
pacientes com outras doenças que dependem desses médicos.
“Essa decisão escancara o déficit histórico de médicos que existe na rede municipal. O
cobertor é curto. Pessoas com outras morbidades vão ser afetadas por essa opção da
prefeitura. Apesar da pandemia da Covid-19, as pessoas continuam quebrando braço, perna.
Por isso, não podemos tirar os ortopedistas dos hospitais. As pessoas também vão continuar
enfartando. Por isso também precisamos de cirurgiões vasculares nessas unidades”, disse
Alexandre Telles, presidente do sindicato.
Segundo a entidade, essas transferências ainda foram feitas de maneira compulsória e sem
que os profissionais fossem consultados previamente.
Conforme a resolução, publicada no Diário Oficial do dia 4 de maio, esses profissionais
concursados terão que cumprir metade da carga horária de 24 horas semanais na unidade de
campanha.
A Secretaria de Saúde informou que abriu vagas para 500 médicos atuarem no Hospital de
Campanha do Riocentro, mas que até a semana passada, apenas 126 tinham se apresentado e
que a contratação de novos profissionais prossegue.