Prefeito oposicionista ucraniano é executado com tiro no peito
A polícia da cidade ucraniana de Krivoy Rog está investigando o assassinato do seu prefeito, Konstantin Pavlov, encontrado morto com um tiro no peito na varanda de casa. A retaliação ocorre em meio à ofensiva ao seu partido – o maior de oposição – por parte do governo de Volodymyr Zelensky.
O fato de Pavlov, de 48 anos, integrar o partido ‘Plataforma de Oposição – Pela Vida’, principal grupo oponente no parlamento, que – ao contrário dos governos recentes ucranianos de beligerância com a Rússia, seguindo orientação da Casa Branca – defende laços mais estreitos com a Rússia.
Alinhadas com os Estados Unidos, autoridades ucranianas têm se referido à “morte de Pavlov”, e tantam passar a versão de que o prefeito da cidade industrial – a oitava em população do país – teria se suicidado.
Proeminente empresário e membro do partido oposicionista, Vadim Rabinovich, descarta a hipótese de que o prefeito tenha tirado a própria vida: “uma mentira deliberada”. Outra fonte declarou à agência de notícias local Strana que, após ser atingido pela bala, Pavlov conseguiu ainda cambalear cerca de 10 metros antes de cair no chão.
Pavlov assumiu o cargo em dezembro do ano passado, derrotando o candidato do partido governante de Zelensky, para assumir o comando da cidade. Seu sucesso foi em grande parte saudado como resultado do fato de que o prefeito anterior, Yuri Vilkul, que liderou Krivoy Rog por uma década, ter desistido da corrida por motivos de saúde e apoiado o jovem candidato.
Antes de entrar na política, Pavlov ocupou vários cargos industriais na cidade, incluindo o de trabalhador como instalador elétrico. Durante seu mandato, ele tornou o transporte público gratuito para todos os residentes, numa medida extremamente popular.
Em maio, Viktor Medvedchuk, líder do partido Plataforma de Oposição – Pela Vida, foi detido pelos serviços de segurança ucranianos. Acusado de “traição” por supostamente ‘servir à Rússia’, encontra-se atualmente em prisão domiciliar enquanto os promotores preparam o caso, uma armação, onde o líder é acusado de vínculos comerciais contra os interesses do país por ter empresa com sede na Crimeia (região que decidiu em referendo e por ampla maioria se reunificar com a Rússia, afastando-se do governo de caráter nazista e se integrando à Federação Russa, o que até hoje não é aceito nem pelo governo da Ucrânia, nem pelo seus tutores norte-americanos).
“Descarto completamente as acusações de ser chamado pró-russo. Nosso partido recebeu milhões de votos de confiança nas últimas eleições”, declarou Medvedchuk, frisando que pesquisas recentes mostraram que seu partido aumentou significativamente sua posição junto ao eleitorado e que a acusação é meramente eleitoral.
No início deste ano, Medvedchuk alertou que tais medidas vêm se tornando “comuns” na Ucrânia e afirmou que o presidente Zelensky estava se engajando em uma campanha de “repressão política” e “estabelecendo uma ditadura”.