Mensalidade pode ter alta de até 25%, estima FGV

Mesmo que a situação ainda seja de desemprego recorde e arrocho na renda das famílias brasileiras, o governo autorizou que os planos de saúde apliquem reajuste nas mensalidades em 2021 em até 25%, segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, já a partir de janeiro, as operadoras poderão cobrar retroativamente os reajustes do ano passado – suspensos por conta da pandemia da Covid-19.

De acordo com o economista Joelson Sampaio da FGV, o aumento nas mensalidades de quem paga plano de saúde será da ordem de absurdos 20% a 25%. Além da recomposição de 2021, a Agência Nacional de Saúde (ANS) determinou que o reajuste represado de 2020 fosse aplicado de forma diluída durante os 12 meses deste ano. Por isso o impacto será dobrado.

“O que a gente sabe é que isso vai explodir em janeiro”, declarou Ana Carolina Navarrete, advogada e coordenadora do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), sobre os reajustes acumulados e a dificuldade que os consumidores terão para pagar.

Para o economista Marcel Pereira, a maior parte das famílias ainda está fragilizada devido à crise econômica, ao desemprego e à queda da renda. “Muitos ainda estão tentando cobrir as contas que ficaram em aberto e haverá dificuldade em pagar todos os compromissos já em janeiro. Pensionistas e aposentados terão uma ajuda a mais em virtude do adiantamento do décimo-terceiro para fevereiro, mas a maior parte dos trabalhadores não têm reserva de emergência”, comenta.

Assim, as famílias que já sofrem com a alta inflação e o aumento dos aluguéis, energia elétrica e outros, já começam 2021 com outro duro golpe. “Os reajustes dos planos de saúde se inserem nesse contexto de alta de preços”, completa o pesquisador.