O preço da gasolina voltou a subir nos postos brasileiros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Na semana de 10 a 16 de abril, o produto médio nacional do combustível foi de R$ 7,192 para R$ 7,219 por litro, o maior valor desde a semana posterior ao mega aumento da Petrobrás, de 18,8%, no preço da venda da gasolina para as distribuidoras.

Sem qualquer controle sobre os preços ao consumidor, que submete às variações do dólar e do barril do petróleo no mercado internacional – sempre para cima-, Bolsonaro continua fazendo cena e não reduz o preço dos combustíveis nas refinarias, penalizando o brasileiro que recebe em real e paga o produto em dólar. Não adiantou culpar os governadores – o ICMS continua congelado até fim de junho – e nem mudar o presidente da Petrobrás a pretexto de combater a alta dos derivados de petróleo. Ao assumir, José Mauro Ferreira Coelho avisou que não muda a política de preço.

A gasolina teve uma alta de 0,3% em relação à semana anterior e reflete o repasse às bombas da escalada do preço do etanol anidro – “sem água” -, que representa 27% da gasolina vendida nos postos.

O custo do etanol hidratado também segue em escalada. De acordo com a ANP, na semana passada o biocombustível foi vendido, em média, a R$ 5,241 por litro, 4,5% acima do verificado na semana anterior. Em quatro semanas, o produto acumula aumento de 5,8% nas bombas.

Os usineiros alegam que a escalada dos preços do etanol reflete elevada demanda em um período de entressafra, quando os estoques estão mais baixos. No entanto, mesmo em período de safra do ano passado, o preço do etanol se manteve elevado para os consumidores. Isto porque, o etanol deve custar até 70% do preço da gasolina para ser competitivo.

Ou seja, alta do biocombustível acompanha a escalada do preço da gasolina – que se dá em virtude da política que o governo mantém na Petrobrás, de atrelar os preços dos combustíveis que são produzidos pela estatal ao dólar e à cotação do barril do petróleo no mercado internacional.

O preço do etanol hidratado nas usinas de São Paulo subiu 8,1% na semana passada, para R$ 3,836 por litro, segundo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.  O anidro ficou 3,7% mais caro, chegando a R$ 4,083 por litro.

Já o preço médio do diesel teve uma redução inexpressível na semana passada em relação à anterior.  O recuo foi de  0,2%, ficando em R$ 6,587 o litro.

Redução no preço do gás de cozinha não chega no consumidor

A redução de apenas 5,58% no preço do botijão de gás de cozinha anunciada pelo governo, em  8 de abril, não chegou para os consumidores brasileiros. Segundo a pesquisa da ANP, o preço do gás de cozinha permanece estável, sendo vendido, em média, a R$ 113,66 por botijão de 13 quilos na semana passada.