Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Empurrada pelo preço da carne, da energia elétrica e dos combustíveis, a inflação oficial do país acelerou 0,51% em novembro. A variação dos preços é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e foi divulgada nesta sexta-feira (06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi o maior para o mês desde 2015 e também é o mais alto registrado desde abril. O alto nível de desemprego e informalidade restringiram gravemente o consumo nos meses seguintes e o país chegou a registrar deflação em setembro. Agora a inflação – para qual o discurso do governo é de controle absoluto – dispara em função do descontrole da exportação de carnes para a China, o dólar alto, o aumento do preço da energia elétrica e a política de preços internacionais do petróleo.
Carnes
A alta no mês foi puxada pela aceleração dos preços do grupo alimentação e bebidas (0,72%), impactado principalmente pelo aumento do preço das carnes (8,09%), que exerceram o maior impacto na taxa de inflação do mês. O item representou, sozinho, 0,22 ponto percentual – quase metade – do IPCA de novembro. A demanda de carnes da China aliada a ausência de uma estratégia de regulação de estoques para o consumo interno estourou em uma verdadeira crise de preços. No acumulado no ano, a alta no preço das carnes chega a 12,15%. Em 12 meses, o avanço é de 14,43% – quatro vezes acima da inflação oficial do país.
O item alimentação no domicílio, que havia registrado deflação em outubro, subiu 1,01% em novembro. Outro destaque de alta foi o custo da alimentação fora do domicílio, que subiu 0,21%.
Bandeira vermelha
O item habitação foi o segundo mais influente no IPCA (alta de 0,71%), impactado sobretudo pelo custo da energia elétrica em novembro, que aumentou 2,15%. A chamada bandeira vermelha – valor que incide sobre as contas de energia refletindo o aumento do custo de produção de energia – entrou em vigor em novembro, adicionando R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Gasolina
No grupo de transportes, os preços dos combustíveis cresceram 0,78% – com aumento de 0,42% da gasolina e de 0,38% do diesel.