Porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki se retratou da suposta "iminência" de invasão russa à Ucrânia. 

O governo dos EUA não está mais usando a palavra “iminente” em sua narrativa sobre a suposta “invasão” russa da Ucrânia, disse a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki a repórteres, na quarta-feira (2), explicando que tal termo estava enviando uma “mensagem não intencional”.

Desde outubro, Washington vem alardeando, dia após dia, que os russos “vão invadir a Ucrânia”, e até o próprio presidente ucraniano criticou na semana passada o alarmismo dos EUA, dizendo que não havia tal escalada na região, reclamando da retirada de diplomatas norte-americanos de Kiev, e chiando que o exagero estava desestabilizando a economia do país e causando fuga de dólares.

Por si só, o anúncio da porta-voz é uma confirmação da desmoralização da acusação feita incessantemente contra Moscou.

A porta-voz Psaki buscou se explicar sobre o porquê da mudança semântica.

“Eu usei uma vez. Acho que outros usaram isso uma vez, e paramos de usá-lo porque acho que enviou uma mensagem que não pretendíamos enviar, que sabíamos que o presidente Putin havia tomado uma decisão”, disse Psaki.

“Eu diria que na grande maioria das vezes que falei sobre isso, eu disse que ele poderia invadir ‘a qualquer momento’”, apelou, quase expressando em público sua bronca com os dotes de judoca do presidente Putin.

As observações de Psaki vêm depois que a enviada dos EUA à ONU recuou do uso de ‘iminente’ em uma entrevista à NPR exibida na terça-feira.

“Não, eu não diria que estamos argumentando que é iminente”, disse a embaixadora Linda Thomas-Greenfield à emissora.

Tanto os remendos da porta-voz quanto da embaixadora na ONU não impediram que o governo Biden anunciasse o envio de mais 3 mil soldados norte-americanos para “o leste europeu”.

A ‘explicação’ de Psaki de que fora mal compreendida não cola, segundo a transcrição oficial do briefing dela de 25 de janeiro.

Questionada se a invasão russa da Ucrânia ainda era “iminente”, eis como Psaki se enrolou nas próprias palavras:

“Quando dissemos que era iminente, continua iminente”, disse ela a um repórter. “Bem, ‘iminente’ tem um significado bastante intenso. Não é?” ela disse em resposta à próxima pergunta.

“E ainda é a crença de que é iminente?”, retrucou o jornalista. A resposta de Psaki: “correto”.