O filho de Bolsonaro, Eduardo, disse que quer a volta da repressão se o povo brasileiro se manifestar por melhores condições de vida.

Os líderes do PDT, PSB, Rede, PCdoB, PT e PSOL protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro, por sua declaração em uma entrevista na qual fez apologia do famigerado AI-5 (Ato Institucional 5) contra o povo brasileiro.
O AI-5 foi imposto em 13 de dezembro de 1968 pela ditadura para sufocar mais ainda a resistência dos democratas. Entre as consequências do AI-5 estão o fechamento do Congresso Nacional, a retirada de direitos e garantias constitucionais, com a perseguição a jornalistas e a lideranças políticas de vários partidos que pediam a volta da democracia ao país.
Entre os muitos cassados pelo AI-5 estavam os deputados Márcio Moreira Alves (MDB-RJ), Hermano Alves (MDB-RJ), Mário Covas (MDB-SP), Alencar Furtado (MDB-PR), Osmar Cunha (Arena-SC), Cunha Bueno (Arena-SP), Aluizio Alves (Arena-RN). Os senadores Pedro Ludovico Teixeira (PSD-GO), Aarão Steinbruch (PTB-RJ), Artur Virgílio Filho (PTB-AM), Wilson Campos (Arena-PE). E muitos outros parlamentares.
Eduardo Bolsonaro declarou que os protestos no Chile, por melhores condições de vida, foram atos de “vandalismo” e afirmou que, se manifestações semelhantes acontecerem no Brasil, “alguma medida vai ter que ser tomada”, e poderia ser “via um novo AI-5”.
Segundo a ação dos partidos, a fala do filho de Bolsonaro é “um ato criminoso e de extrema gravidade, pois atenta contra a Constituição Federal e a democracia”.
Na segunda-feira (4 de outubro), a Rede Sustentabilidade entrou com pedido no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o filho 03 de Bolsonaro, pedindo sua cassação.