O policial militar que se ajoelhou na barriga de uma mulher grávida enquanto tentava imobilizá-la, na cidade de São José do Rio Preto (SP), foi afastado de suas funções.
O abuso foi filmado por testemunhas e é possível ver a mulher desesperada, gritando: “Eu estou grávida”.
No vídeo também pode-se ouvir o policial dizendo que a mulher está presa por desacato e resistência. “Eu não vou correr, seu idiota. Eu estou grávida. Está achando que eu sou traficante? Estou resistindo a você me enforcando”, ela rebate.
A pessoa que registra as imagens se indigna. “Olha aí como ela está ficando roxa, ela está grávida. Solta ela, pelo amor de Deus”, grita a testemunha para o policial, que não para de apoiar o joelho na barriga da grávida enquanto a imobiliza.
De acordo com os policiais, após prender dois homens por tráfico de drogas, o soldado Wesley Viana dos Santos e seu parceiro, Cleriston Braga dos Santos, teriam sido xingados e alvo de um soco dado pela mulher, o que justificou a tentativa de imobilização.
Ela estaria a 10 metros das pessoas abordadas, teria saído do local e só então retornado os xingando e agredindo. Imagens registradas por testemunhas mostram o que ocorre em sequência: o PM Viana a agride no chão, enquanto apoia seu joelho na barriga da mulher grávida.
Os documentos da Polícia Civil detalham que outra viatura da PM deu apoio à ação e encaminhou a mulher inicialmente para uma unidade da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e depois para o Hospital da Criança para realização de exames.
A Ouvidoria das Polícias de São Paulo explicou que pedirá para a Corregedoria da corporação investigar o caso e que “determinasse o afastamento do policial”, conforme explicou o ouvidor, Benedito Mariano.
“É grave. Uma abordagem agressiva e abusiva. As imagens falam por si. Amanhã (5) vou ver o boletim de ocorrência registrado na região”, afirmou Mariano.
Em nota divulgada por uma empresa de assessoria de imprensa terceirizada, a InPress, a Polícia Militar afirma que o policial foi afastado do 17º Batalhão. “A PM já instaurou um inquérito policial militar (IPM) para apurar o ocorrido. A mulher foi encaminhada para exames médicos em uma unidade de saúde local”, aponta a nota.