Policiais em ato contra proposta do governo. Foto: Reprodução TV Globo

O reajuste de 5% anunciado pelo governador de São Paulo, João Dória, para os policiais civis e militares provocou protestos das corporações na última segunda-feira (4), no centro da capital.
Para a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), Raquel Robashi Gallinati, o anúncio “foi uma falta de respeito com os policiais e com a sociedade”.
“Deveríamos falar em 50%. O governador prometeu em campanha que São Paulo teria a segunda polícia mais bem paga do país”, afirmou.
A manifestação reuniu policiais civis em frente à Delegacia Geral e policiais militares em frente ao quartel-general da corporação. O protesto, denominado “ato público pela dignidade da polícia – uma manifestação pacífica, ordeira e respeitosa, mas contundente e necessária”, foi convocada por diversas entidades sindicais, como o Sindpesp, o Sindicop, Adpesp, Simbol, Sifuspesp, Aspc e Aspc, entre outras.
“De um governador que faz tanta publicidade reconhecendo e apreciando os trabalhadores que diariamente arriscam suas vidas em prol da sociedade, era esperado que esse reconhecimento viesse também através de ações e valorização salarial, não apenas de falácia”, diz nota da Associação dos Cabos e Soldados da PMESP, assinada pelo presidente da entidade, Cabo Wilson Morais.
“Política de segurança pública não se faz somente com a compra de materiais bélicos e viaturas. É necessária também a valorização do ser humano. Muitos policiais estão morrendo, suicidando-se e trabalhando horas e horas em bicos enquanto aguardam a verdadeira valorização do Estado”, prossegue a nota.
A proposta do governo agora será enviada à Assembleia Legislativa e as entidades prometem marcação pesada junto aos deputados por mudanças no projeto. “Nossos policiais merecem muito mais do que isso! Vamos mostrar ao governador e à população nossa indignação diante dessa decisão!”, diz Cabo Wilson.