Os policiais federais aprovaram a realização de uma mobilização nacional, no próximo dia 28 de abril, como protesto contra o anúncio do governo de conceder reajuste de apenas 5% ao funcionalismo.

Além de não repor as perdas inflacionárias, o governo também descumpriu promessa em relação à reestruturação das carreiras, causando indignação entre as entidades da segurança pública.

O dia de mobilização foi aprovado em assembleia realizada nesta semana, que também aprovou um movimento de operação padrão e indicativo de greve, caso não sejam apresentadas novas propostas por parte do governo.

A mobilização foi aprovada pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), que convoca protestos em todos os estados e pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que também decidiu realizar protestos em frente às superintendências da corporação nos 26 estados e no Distrito Federal.

“Ficaremos em mobilização permanente em face dessa frustração com o governo. O importante é o presidente se sensibilizar com a nossa demanda”, disse Marcus Firme, presidente da Fenapef.

Em nota, os delegados federais afirmam que Bolsonaro quer usar a PF como “ferramenta publicitária e de marketing político” e ressalta que, “caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político”.

“Alinhados aos sentimentos de todas as forças de segurança ligadas ao Ministério da Justiça, que viram a pauta da segurança pública ser alçada como bandeira pelo Governo enquanto os policiais não receberam qualquer valorização do seu trabalho e sacrifício, os delegados federais aprovaram de forma categórica todas as medidas apresentadas na assembleia”, diz a nota da entidade.

Entre as ações estão também a recomendação “a todos os delegados federais que não viajem em missão sem o pagamento prévio de diárias, bem como estabeleça, em 30 dias, critérios para compensação ou remuneração do regime de sobreaviso, que tanto sobrecarrega os policiais”, e a redução de produtividade nas atividades administrativas de fiscalização.