As entidades representativas de Policiais Federais e Policiais Rodoviários Federais divulgaram
nota, nesta segunda-feira (04), condenando “o desrespeito e a falta de ética que vem sendo a
marca do tratamento oferecido aos servidores federais de segurança pública pelo governo
federal”.
“Na noite deste sábado (2), o Senado da República finalizou a votação do plano emergencial de
socorro financeiro a Estados e Municípios. Tal matéria já havia sido objeto de análise da
Câmara dos Deputados, mas, em uma manobra articulada pela equipe econômica do Governo,

um novo texto foi construído e relegou à vala comum os servidores públicos federais das áreas
de Saúde e de Segurança Pública”, denunciou a nota.
As entidades lembram que “na linha de frente desta guerra, servidores de saúde e de
segurança pública da União, Estados e Municípios, têm dado repetidos exemplos de
abnegação e desprendimento, com o risco e o sacrifício da própria vida no enfrentamento da
doença”.
O novo coronavírus não descansa e tampouco a criminalidade, a corrupção, o tráfico de drogas
e a violência estão em quarentena, à espera dessa crise passar. Ao contrário, é neste
momento, quando os olhos da população estão voltados para o número crescente de vítimas
dessa pandemia, que a criminalidade aumenta seus esforços para, inclusive, se aproveitar e
expandir suas redes.
A nota afirma que, desconsiderando as manifestações de Senadores dos mais distintos
partidos em defesa de uma maior proteção do Estado aos trabalhadores que pertencem as
atividades consideradas como essenciais, “o texto aprovado e publicado, seja por uma ardil
articulação da equipe econômica do Governo, seja por uma inaceitável falha técnica, sacrificou
todos os servidores federais da saúde e da segurança pública, com o congelamento de salários,
promoções e progressões funcionais, ressalvando apenas os profissionais de saúde e
segurança pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios, além das Forças Armadas, numa
discriminação injustificável.”
“Em um momento crítico, em que o empenho, a união e a luta de toda a humanidade contra
um inimigo comum se fazem necessários, e quando as lideranças de médicos, enfermeiros e
policiais surgem como um farol na escuridão, o Governo brasileiro, através de sua equipe
econômica, arrisca abandonar seus agentes públicos à própria sorte, dando-lhes um
tratamento indevido, injusto e absolutamente imerecido”, condena a nota.
A nota encerra conclamando os deputados federais, para onde segue a matéria agora, a
“trazer luz e correção a essa triste distorção e os servidores federais de saúde e segurança
pública, e toda a sociedade brasileira contam com o empenho dos representantes do povo no
Congresso Nacional”.
Assinam a nota a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação
Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Federação Nacional dos Policiais Federais
(Fenapef) e a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF).