Vereadora do (PSOL) Marielle Franco.

Fontes ligadas à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, afirmaram ao portal UOL que os policiais da Delegacia de Homicídios (DH) da capital teriam perdido as imagens relevantes registradas cerca de três horas antes da execução.
Segundo a reportagem divulgada ontem pelo UOL, os agentes obtiveram “imagens relevantes” do dia do crime junto a um estabelecimento na Tijuca, mas teriam voltado ao local cerca de 15 dias depois alegando que haviam perdido o arquivo. Na segunda tentativa, no entanto, as imagens já não estavam mais disponíveis.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio, e aceita pela Justiça, os milicianos ex-PM Élcio Vieira de Queiroz e o policial militar reformado Ronnie Lessa usaram um Cobalt de cor prata e clonado para cometer o duplo homicídio, ocorrido no Estácio, Região Central do Rio. (v. Assassino de Marielle morava no mesmo condomínio que Bolsonaro)
Ainda não foram apontados os mandantes no assassinato. A demora para a resolução do caso motivou o pedido ao STF, da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para a federalização da investigação. (v. Dodge pede federalização da investigação sobre mandantes da morte de Marielle)
Ainda segundo o UOL, o delegado Ginilton Lages, primeiro a chefiar as investigações do crime, admitiu em depoimento à Justiça que houve falhas na busca pelas imagens dos assassinos no trajeto percorrido no dia do atentado. Segundo ele, os policiais coletavam as imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais localizados ao longo do trajeto do carro em pendrives, mas, ao submeter o material ao setor responsável, descobriam que os arquivos haviam sido salvos em “formato errado”.
Nestes casos, os agentes até voltavam ao local para salvar novamente as imagens, mas nem sempre conseguiam recuperá-las. Foi o que teria acontecido com as imagens coletadas no comércio da Tijuca.
De acordo com o relatório produzido pela DH, a primeira imagem obtida do carro dos suspeitos foi registrada às 17h34 daquele dia, no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo a reportagem do UOL, os agentes que investigam o caso teriam obtido outras “imagens relevantes” vindas de um estabelecimento na Tijuca, já na Zona Norte.
Às 18h16, as câmeras de um estabelecimento comercial flagraram o mesmo carro na Tijuca. A próxima imagem do veículo surge às 18h44, na Rua dos Inválidos, na Lapa, onde Marielle participou de um debate antes de ser assassinada.