Policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), em conjunto com
promotores do Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Ncyber) do Ministério
Público do DF e Territórios (MPDFT), prenderam, nesta quinta-feira (21/05), dois homens que
ameaçaram de morte juízes do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
O ministro Braga Netto tinha repudiado a ação do grupo e pedido invetigação já que seu nome
tinha sido usado pelos criminosos.
Os suspeitos, que usaram o nome do chefe da Casa Civil, general Braga Netto, para fazer as
ameaças, foram surpreendidos pelos investigadores no residencial Lake Side, às margens do
Lago Paranoá.
Nos últimos dias, principalmente depois das denúncias feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro
contra Jair Bolsonaro, seguidores do presidente vêm radicalizando seus ataques às
personalidades de instituições democráticas. Recentemente dois deles foram presos em São
Paulo depois de ameaçarem o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Um dos suspeitos tem 79 anos e foi identificado como Célio Evangelista Ferreira do
Nascimento. Ele se apresenta como “Presidente Constituinte da República”.
Segundo Célio Nascimento, as autoridades são “bandidas, terroristas, apátridas, genocidas e
ladrões do país”. Afirma que “estão esbulhando as governadorias estaduais através do golpe
eleitoral terrorista de 2018 contra a Constituição”.
Ele chama os políticos de “demônios encarnados” e diz que a pandemia do novo coronavírus é
um “ataque satânico”.
O grupo, aparentemente desarticulado, mandou emails a integrantes do Poder Judiciário com
ameaças de morte. Um dos textos dizia no título: “Sentença de morte aos traidores da pátria”.
Numa das mensagens, todas anônimas, os autores do texto dizem que a ordem é “matar em
legítima defesa”, pois será “decretado” um Estado de Sítio sob o “comando do general Braga
Neto.”
No local, os policiais encontraram diversos materiais relacionados às ameaças e cartazes com o
nome de “Comando da Intervenção”. Entre os materiais apreendidos, há um pendrive com a
etiqueta “Matar juízes. Matar todos”.