Polícia do Senado conclui que assessor de Bolsonaro foi racista
O inquérito feito pela Polícia do Senado concluiu que o assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, Filipe Martins, fez um gesto racista durante uma sessão do Senado Federal.
Mesmo depois da pressão dos senadores pela saída de Filipe Martins, Jair Bolsonaro o mantém no cargo.
O relatório foi enviado para o Ministério Público Federal (MPF), que decidirá sobre a denúncia contra Martins.
Filipe Martins se posicionou atrás do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), onde sabia que estava sendo filmado, para fazer rapidamente um gesto racista, feito pelos supremacistas ao redor do mundo. No momento, o presidente do Senado fazia um pronunciamento.
O gesto consiste em fazer um “OK” com a mão esticando os dedos do meio, anelar e mindinho, para formar um “W” e um “P”. Em inglês, significa “White Power”, ou poder branco.
Filipe Martins alegou falsamente que estava arrumando seu terno.
A Polícia do Senado colheu depoimentos, analisou imagens e concluiu que Filipe Martins estava mentindo.
Ele está sendo indiciado por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, como prevê a lei 7.716/1989. A pena é de prisão de um a três anos e multa.
Um apoiador de Jair Bolsonaro fez o mesmo gesto racista para tirar uma foto com ele na frente do Palácio do Planalto.
Bolsonaro disse que é um “gesto bacana”, mas “pega mal” e pediu para o apoiador excluir a foto.